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Chega à França navio com corpos do voo AF 447

16 jun 2011 - 03h44
(atualizado às 11h51)
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O navio que realizou a última operação de busca de corpos de vítimas do acidente com o voo 447 da Air France chegou nesta quinta-feira à França. O "Ile de Sein" atracou no começo da manhã no porto de Bayonne trazendo peças da aeronave e os corpos de 104 vítimas.

Autoridades francesas reservaram um píer afastado das áreas mais movimentadas do porto para evitar a presença de curiosos durante os trabalhos de descarga, informou a emissora de rádio France Info.

A embarcação, que finalizou sua missão de rastreamento no oceano Atlântico no último dia 3, transportou até Bayonne três contêineres com destroços do Airbus modelo A330 da Air France, que há dois anos caiu no mar com 228 pessoas a bordo, e um com os 104 corpos que puderam ser resgatados nesta fase de buscas. Os corpos serão levados ao Instituto Médico Legal de Paris.

As peças da aeronave, por sua vez, irão a um hangar de Toulouse (sul da França), onde especialistas continuarão suas pesquisas sobre as causas do acidente.

Na quarta-feira, o secretário de Estado francês de Transportes, Thierry Mariani, recebeu membros do comitê de informação das famílias das vítimas do voo 447, além de responsáveis do organismo francês responsável pela investigação, o BEA.

O acidente do AF 447

O voo AF 447 da Air France saiu do Rio de Janeiro com 228 pessoas a bordo no dia 31 de maio de 2009, às 19h (horário de Brasília), e deveria chegar ao aeroporto Roissy - Charles de Gaulle de Paris no dia 1º às 11h10 locais (6h10 de Brasília). Às 22h33 (horário de Brasília) o voo fez o último contato via rádio. A Air France informou que o Airbus entrou em uma zona de tempestade às 2h GMT (23h de Brasília) e enviou uma mensagem automática de falha no circuito elétrico às 2h14 GMT (23h14 de Brasília). Depois disso, não houve mais qualquer tipo de contato e o avião desapareceu em meio ao oceano.

Os primeiros fragmentos dos destroços foram encontrados cerca de uma semana depois pelas equipes de busca do País. Naquela ocasião, foram resgatados apenas 50 corpos, sendo 20 deles de brasileiros. As caixas-pretas da aeronave só foram achadas em maio de 2011, em uma nova fase de buscas coordenada pelo Escritório de Investigações e Análises (BEA) da França, que localizou a 3,9 mil m no fundo do mar a maior parte da fuselagem do Airbus e corpos de passageiros em quantidade não informada.

Após o acidente, dados preliminares das investigações indicaram um congelamento das sondas Pitot, responsáveis pela medição da velocidade da aeronave, como principal hipótese para a causa do acidente. No final de maio de 2011, um relatório do BEA confirmou que os pilotos tiveram de lidar com indicações de velocidades incoerentes no painel da aeronave. Especialistas acreditam que a pane pode ter sido mal interpretada pelo sistema do Airbus e pela tripulação. O avião despencou a uma velocidade de 200 km/h, em uma queda que durou três minutos e meio. Em julho de 2009, a fabricante anunciou que recomendou às companhias aéreas que trocassem pelo menos dois dos três sensores - até então feitos pela francesa Thales - por equipamentos fabricados pela americana Goodrich. Na época da troca, a Thales não quis se manifestar.

Caminhão deixa porto do sudoeste da França com os restos mortais de 104 das 228 vítimas da queda do voo AF 447
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Foto: Pierre Andrieu / AFP
EFE   
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