Candidatos atacam Russomanno após debate: 'aqui não é pra amador'
- Renan Truffi
- Thiago Tufano
- Direto de São Paulo
Apesar de terem poupado o candidato do PRB à Prefeitura de São Paulo, Celso Russomanno, durante o debate da Arquidiocese de São Paulo, na tarde desta quinta-feira, após o evento, os adversários criticaram com veemência a ausência do líder das intenções de voto, segundo pesquisas na capital paulista. Fernando Haddad (PT), José Serra (PSDB) e Soninha Francine (PPS) fizeram questão de alfinetar Russomanno após o evento promovido pela Igreja Católica.
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Na última semana, o jornal Folha de S. Paulo afirmou que o arcebispo Dom Odilo Scherer teria orientado os padres a criticar Russomanno, que tem seu nome ligado à Igreja Universal do Reino de Deus, durante as missas. O candidato do PRB, então, afirmou que não responderia a ataques pessoais, mas que gostaria de conversar com o arcebispo para participar do debate desta quinta-feira. Porém, a conversa não aconteceu e a ausência do candidato foi confirmada.
"Quando eu posso, faço perguntas pra ele (Russomanno) nos debates. Tenho dito que ele não pode se apresentar sem programa para São Paulo. Aqui não é para amador. As propostas dele me parecem muito frágeis. Não estamos fazendo juízo de valor sobre a intenção de melhorar a cidade. Isso todos nós queremos. Julgamos o método, a forma e penso que o programa é pouco eficiente e não vai mudar a vida das pessoas", criticou o petista Fernando Haddad.
O ex-ministro da Educação afirmou ainda que a presença do candidato do PRB no debate seria uma maneira de demonstrar humildade. "Entendia que era uma oportunidade única, um gesto de humildade, em função da agressão cometida por um correligionário dele completamente indevida. Uma autoridade tem que ter esses gestos, para criar uma situação pacífica. Nesses momentos você sabe quem é quem", completou.
O peemedebista Gabriel Chalita também atacou o adversário do PRB e disse que essa ausência pode até prejudicar o candidato. "Eu acho que é ruim para ele, ruim para democracia. O argumento que ele usou para não vir é um argumento arrogante, é pernóstico. Nenhum candidato fez isso. Ele vem tendo uma postura de ser vítima o tempo todo e de não colocar suas propostas reais. A Arquidiocese fez uma coisa bonita de trazer os cinco melhores, e não tiveram perguntas polêmicas de aborto, por exemplo. Foram perguntas sociais".
Soninha Francine também comentou sobre Russomanno, mas afirmou que a população e, principalmente, os adversários dele não podem mais tratá-lo como um candidato "café com leite".
"Tem gente que sempre avalia que o candidato ganha em não ir, alguns estrategistas dizem isso e infelizmente eles têm razão. Eu vejo alguns comentários sobre a participação do Russomanno e as pessoas dizem que ele nunca responde o que perguntam e a outra responde 'por isso ele está na frente'", afirmou Soninha. "A gente precisa parar de subestimar a possibilidade de ele ser eleito prefeito de São Paulo, parar de trata-lo como café com leite", completou.
Segundo colocado nas pesquisas de intenção de voto, José Serra foi mais ponderado ao criticar o adversário. "Até agora não vi (proposta do Russomanno). É possível até que tenha. Isso não significa que todos que vieram tenham proposta também. Ele especificamente é que talvez menos tenha proposta", afirmou. "É previsível (ausência de Russomanno), porque debate de ideias ele não gosta de fazer", completou.
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