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Zilda certamente faria tudo de novo, diz Lula em velório

15 jan 2010 - 20h30
(atualizado às 22h07)
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Joyce Carvalho
Direto de Curitiba

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira que a fundadora da Pastoral da Criança, Zilda Arns, certamente faria tudo de novo, inclusive voltar ao Haiti. Lula chegou por volta das 20h15 desta sexta-feira no Palácio das Araucárias, sede do governo paranaense, onde é velado o corpo de Zilda Arns, e passou cerca de 40 minutos somente com familiares da médica, morta durante o terremoto que atingiu o país caribenho na terça-feira.

Ao lado de Dilma Rousseff, Lula participou do velório de Zilda Arns
Ao lado de Dilma Rousseff, Lula participou do velório de Zilda Arns
Foto: Denis Ferreira Netto / Futura Press

Lula chegou à sede do governo do Paraná acompanhado da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, e o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha. Na reunião reservada com os familiares, esteve presente também o governador do Paraná, Roberto Requião. Ele disse que pediria a Lula para defender um prêmio Nobel da Paz a Zilda Arns, mesmo após sua morte. Depois do encontro, o presidente se dirigiu para o local onde o corpo é velado.

"Com certeza se pudéssemos perguntar a ela, certamente ela diria que voltaria a fazer tudo de novo, inclusive voltar ao Haiti", disse Lula. "Quem viveu no Brasil nessas últimas duas décadas sabe que se a gente fechar os olhos, viria na mente o rosto de dona Zilda. É uma perda muito grande para o mundo. Ela dedicou a vida para cuidar dos mais necessitados e morreu justamente no momento em que ela fazia visitas a pessoas mais pobres. Eu disse à família que nesse momento de dor também é importante ter em mente as ideias que dona Zilda pregou. Ideias que encarnaram no coração e na alma de cada brasileiro. E a partir do exemplo dela, todos podem ser mais solidários", afirmou o presidente.

Terremoto

Um terremoto de magnitude 7 na escala Richter atingiu o Haiti nessa terça-feira, às 16h53 no horário local (19h53 em Brasília). Com epicentro a 15 km da capital, Porto Príncipe, segundo o Serviço Geológico Norte-Americano, o terremoto é considerado pelo órgão o mais forte a atingir o país nos últimos 200 anos.

Dezenas de prédios da capital caíram e deixaram moradores sob escombros. Importantes edificações foram atingidas, como prédios das Nações Unidas e do governo do país. O presidente haitiano, René Préval, afirmou que pelo menos 7 mil pessoas mortas no terremoto já foram enterradas em uma vala comum. O Haiti é o país mais pobre do continente americano.

Morte de brasileiros

A fundadora e coordenadora internacional da Pastoral da Criança, Organismo de Ação Social da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Zilda Arns, e militares brasileiros da missão de paz da ONU morreram durante o terremoto no Haiti.

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, e comandantes do Exército chegaram na noite de quarta-feira à base brasileira no país para liderar os trabalhos do contingente militar brasileiro no Haiti. O Ministério das Relações Exteriores do Brasil anunciou que o país enviará até US$ 15 milhões para ajudar a reconstruir o país. Além dos recursos financeiros, o Brasil doará 28 t de alimentos e água para a população do país. A Força Aérea Brasileira (FAB) disponibilizou oito aeronaves de transporte para ajudar as vítimas.

O Brasil no Haiti

O Brasil chefia a missão de paz da ONU no país (Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti, ou Minustah, na sigla em francês), que conta com cerca de 7 mil integrantes. Segundo o Ministério da Defesa, 1.266 militares brasileiros servem na força. Ao todo, são 1.310 brasileiros no Haiti.

A missão de paz foi criada em 2004, depois que o então presidente Jean-Bertrand Aristide foi deposto durante uma rebelião. Além do prédio da ONU, o prédio da Embaixada Brasileira em Porto Príncipe também ficou danificado, mas segundo o governo, não há vítimas entre os funcionários brasileiros.

Fonte: Redação Terra
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