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Wikileaks: EUA monitoram relação nuclear entre Brasil e Irã

1 dez 2010 - 22h11
(atualizado às 22h34)
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Os Estados Unidos estão atentos aos crescentes laços entre Brasil e Irã e suas implicações na área nuclear, apontam documentos diplomáticos americanos divulgados pelo site Wikileaks e publicados nesta quarta-feira. Desde 2007 Washington investiga a possibilidade de incremento da produção de urânio na América Latina, especialmente na Venezuela e no Brasil, países que intensificaram suas relações com o Irã, segundo o jornal espanhol El País.

As comunicações diplomáticas de várias embaixadas dos Estados Unidos na América Latina apontam que "não se deve menosprezar os boatos sobre urânio" nestes países, principalmente na Venezuela. Os diplomatas advertem para os crescentes vínculos políticos entre Venezuela e Irã, baseados em "razões ideológicas", e que tanto o presidente venezuelano, Hugo Chávez, como o iraniano, Mahmud Ahmadinejad, são conhecidos pelo "discurso antiamericano".

A embaixada americana em Caracas relata nos documentos a presença de 57 técnicos iranianos "trabalhando em organismos relacionados à mineração e à geologia" na Venezuela, onde há suspeitas da presença de reservas urânio em várias regiões. A preocupação americana é menor em relação ao Brasil, mas um dos relatórios afirma que o País começou a "instalar uma linha de centrífugas para enriquecer urânio" com fins pacíficos.

Vazamento do Wikileaks

O Wikileaks começou no último domingo a publicar um lote de 250 mil mensagens secretas trocadas entre diplomatas dos Estados Unidos. Os comunicados - muitos deles confidenciais - revelaram opiniões controversas de autoridades americanas a respeito de líderes mundiais e trouxeram à tona informações sobre os mais variados assuntos relacionados à política externa.

A divulgação dos dados causou fortes reações de repúdio nos Estados Unidos. A Casa Branca afirmou que o Wikileaks é "irresponsável" e "coloca vidas em risco".

Já o fundador do site, o australiano Julian Assange, defendeu o vazamento e disse que as autoridades americanas têm medo de assumir responsabilidades.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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