TV: comandante do 447 estaria com mulher durante problemas no voo
8 jun2012 - 17h15
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O comandante do voo AF 447, Marc Dubois, estaria acompanhado de uma mulher enquanto os copilotos enfrentavam problemas para manter o avião no ar, em 31 de maio de 2009, segundo a emissora americana ABC News. A reportagem do programa Nightline, publicada no site da emissora na quarta-feira, destaca que o motivo da demora de Dubois para retornar à cabine após ser chamado pelos copilotos nunca foi revelado. O avião caiu no Oceano Atlântico, matando 228 pessoas.
Duas fontes "independentes" e não identificadas afirmaram à TV que o comandante viajava com uma comissária fora de serviço da Air France, chamada Veronique Gaignard. Ao programa, Jean-Paul Troadec, diretor do órgão francês responsável pela investigação do acidente, o BEA, afirmou que a tripulante não é parte da apuração porque o escritório "não está interessado" na "vida privada do piloto". Troadec acrescentou que as supostas relações de Dubois e Veronique Gaignard à bordo do voo 447 não teriam influência na tragédia.
A emissora destaca que as caixas-pretas do voo, recuperadas quase dois anos após o acidente, apontaram que o comandante deixou a cabine para um descanso programado cerca de quatro horas depois da decolagem, quase ao mesmo tempo em que o avião se preparava para entrar em uma área de tempestade que outros voos daquela noite haviam evitado. A reportagem cita também informações dos registros de voo que apontaram que Dubois foi chamado diversas vezes pelos copilotos após o piloto automático ser desconectado, questionando-se onde estava o comandante.
A ABC News afirmou que a Air France se recusou a falar sobre o caso, enquanto aguarda a divulgação do relatório final das causas do acidente. O documento sai em 5 de julho.
O acidente do AF 447
O voo AF 447 da Air France saiu do Rio de Janeiro com 228 pessoas a bordo no dia 31 de maio de 2009, às 19h (horário de Brasília), e deveria chegar ao aeroporto Roissy - Charles de Gaulle de Paris no dia 1º às 11h10 locais (6h10 de Brasília). Às 22h33 (horário de Brasília) o voo fez o último contato via rádio. A Air France informou que o Airbus entrou em uma zona de tempestade às 2h GMT (23h de Brasília) e enviou uma mensagem automática de falha no circuito elétrico às 2h14 GMT (23h14 de Brasília). Depois disso, não houve mais qualquer tipo de contato e o avião desapareceu em meio ao oceano.
Os primeiros fragmentos dos destroços foram encontrados cerca de uma semana depois pelas equipes de busca do País. Naquela ocasião, foram resgatados apenas 50 corpos, sendo 20 deles de brasileiros. As caixas-pretas da aeronave só foram achadas em maio de 2011, em uma nova fase de buscas coordenada pelo Escritório de Investigações e Análises (BEA) da França, que localizou a 3,9 mil m no fundo do mar a maior parte da fuselagem do Airbus e corpos de passageiros em quantidade não informada.
Após o acidente, dados preliminares das investigações indicaram um congelamento das sondas Pitot, responsáveis pela medição da velocidade da aeronave, como principal hipótese para a causa do acidente. No final de maio de 2011, um relatório do BEA confirmou que os pilotos tiveram de lidar com indicações de velocidades incoerentes no painel da aeronave. Especialistas acreditam que a pane pode ter sido mal interpretada pelo sistema do Airbus e pela tripulação. O avião despencou a uma velocidade de 200 km/h, em uma queda que durou três minutos e meio. Em julho de 2009, a fabricante anunciou que recomendou às companhias aéreas que trocassem pelo menos dois dos três sensores - até então feitos pela francesa Thales - por equipamentos fabricados pela americana Goodrich. Na época da troca, a Thales não quis se manifestar.
Imagem de arquivo mostra um modelo de avião parecido com o Airbus A330 da Air France, que caiu no oceano e matou 288 pessoas
Foto: AP
No aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, aviso da Air France indicava o horário de chegada do voo 447 a Paris
Foto: AP
Em 1º de junho de 2009, o painel do Aeroporto Charles de Gaulle, em Paris, mostrava o voo AF 447 como "atrasado"
Foto: Reuters
Dezenas de pessoas buscavam informações no terminal sobre o desaparecimento da aeronave
Foto: EFE
Pessoas que buscavam informações no aeroporto internacional do Rio foram levadas para uma sala reservada
Foto: EFE
Apreensão tomou conta dos familiares e amigos dos passageiros enquanto a aeronave estava desaparecida
Foto: AP
Casal chorou no aeroporto do Rio de Janeiro ao confirmar o acidente aéreo
Foto: AP
No Rio de Janeiro, familiares de passageiros foram acomodados em um hotel na Barra da Tijuca, onde recebiam informações sobre as buscas
Foto: Reuters
A Air France também demorou para divulgar a lista de passageiros do voo, uma vez que eram de diferentes nacionalidades
Foto: AP
O então vice-presidente José Alencar falou com a imprensa após se reunir com familiares de passageiros no aeroporto Tom Jobim, no Rio
Foto: AP
O então presidente da França, Nicolas Sarkozy, conversou com familiares dos passageiros em uma sala reservada no aeroporto internacional de Paris, no dia em que o avião sumiu
Foto: AFP
A companhia Air France teve trabalho para atender os familiares dos passageiros do voo 447 que buscavam informações sobre a localização da aeronave, um dia depois da decolagem
Foto: Reuters
Logo após o desaparecimento de aeronave, Pierre Henri Gorgeon, presidente da companhia Air France, afirmou que o comandante responsável pelo voo AF 447 era experiente
Foto: AP
Um dia após o desaparecimento do avião, o então presidente da França, Nicolas Sarkozy, trocou condolências com o presidente brasileiro da época, Luiz Inácio Lula da Silva
Foto: AFP
O Senegal auxiliou a Marinha e a Aeronáutica brasileiras nas buscas pelos corpos de vítimas do acidente com o voo AF 447
Foto: AP
O helicóptero Lynx, da Marinha do Brasil, ajudou no resgate das vítimas do voo AF 447. A Força Aérea Brasileira (FAB) atuou especialmente na região de Fernando de Noronha
Foto: AP
O submarino não-tripulado Nautileat foi usado nas buscas aos destroços, em 2009, mas não conseguiu encontrar a maior parte da aeronave
Foto: AP
As primeiras buscas tiveram como objetivo localizar corpos das vítimas e encontraram destroços flutuando na água
Foto: AP
Os poucos destroços achados logo após o acidente foram expostos em 2009; a maior parte do avião só seria encontrada em 2011
Foto: AFP
Mergulhadores trabalharam para retirar do mar a asa vertical que ficava na cauda do avião, achada dias após o sumiço da aeronave
Foto: AFP
Parte da aeronave foi içada até o convés da fragata Constituição
Foto: AFP
A fragata Constituição, da Marinha Brasileira, carregou destroços da aeronave encontrados nos dias seguintes ao acidente
Foto: AFP
O Exército brasileiro, em parceria com a Marinha e a Aeronáutica, auxiliou nos resgates aos corpos das vítimas
Foto: AP
Os primeiros corpos das vítimas do acidente do voo AF 447 foram recolhidos pelas equipes de busca e chegaram a Fernando de Noronha em junho de 2009
Foto: AP
Em junho de 2009, a França enviou o navio Pourquoi Pas?, equipado com mini submarinos, para fazer buscas no fundo do mar
Foto: AP
O tenente-brigadeiro Ramon Cardoso comentou sobre a localização dos corpos das vítimas do acidente
Foto: AP
Depois de recolhidos em Fernando de Noronha e identificados, os primeiros corpos do desastre aéreo com o Airbus A330 da Air France foram sepultados
Foto: AFP
O contêiner partiu de Fernando de Noronha para a base aérea do Recife em 13 de junho de 2009, para necropsia na capital pernambucana
Foto: AP
Policiais prepararam contêiner refrigerado para a chegada de corpos em Fernando de Noronha, em junho de 2009
Foto: AP
A Marinha brasileira recuperou o estabilizador de voo do avião Airbus A330 em junho de 2009 no Oceano Atlântico
Foto: AFP
No aniversário de um ano da tragédia, cerimônias no Parc Floral e no cemitério Père Lachaise, em Paris, reuniram mais de mil pessoas
Foto: Reuters
Representantes das famílias das vítimas do voo AF 447 participaram de homenagens em Paris organizadas um ano após o acidente
Foto: Reuters
Em 2010, familiares dos 58 brasileiros que morreram a bordo do AF 447 viajaram a Paris em 2010 para participar dos atos que lembraram um ano da tragédia
Foto: Lúcia Jardim / Especial para Terra
Em abril de 2011, as equipes encontraram mais destroços do avião. A descoberta deu novo gás às buscas pelas caixas-pretas, que foram achadas em seguida
Foto: AFP
Os destroços, como a fuselagem do avião, foram encontrados a quase 4 mil m de profundidade
Foto: BEA / Divulgação
Foram extraídos 1,3 mil parâmetros eletrônicos, gravados ao longo das últimas 25 horas de funcionamento, do Flight Data Recorder (FDR), que agrega os dados eletrônicos da aeronave
Foto: BEA / Divulgação
Depois de resgatadas pelas equipes de busca, as peças do AF 447 foram colocadas em tonéis para limpeza e preservação
Foto: BEA / Divulgação
A segunda caixa-preta do Airbus A330 da Air France foi resgatada em bom estado no dia 3 de maio de 2011
Foto: EFE
As caixas-pretas foram levadas para análise em Paris e forneceram informações essenciais para a investigação
Foto: BEA / Divulgação
As caixas-pretas permitiram recuperar os registros sonoros com a voz dos pilotos e parâmetros técnicos sobre o voo logo antes do momento da queda
Foto: BEA / Divulgação
O Ile de Sein, navio especializado na instalação e manutenção de cabos submarinos, resgatou as caixas-pretas do Airbus A330 da Air France
Foto: BEA / Divulgação
Além da fuselagem, as equipes de buscas encontraram corpos presos aos destroços
Foto: AP
As caixas-pretas recuperadas no fundo do mar permitiram saber o conteúdo das conversas entre os pilotos momentos antes da queda
Foto: AP
As equipes de busca conseguiram resgatar um dos motores do Airbus A330 e o sistema que reúne os equipamentos eletrônicos do avião, que contém os computadores de bordo
Foto: BEA / Divulgação
Em outra fase de buscas, em 2011, equipes francesas retiraram do mar a parte eletrônica do Airbus
Foto: BEA / Divulgação
Recuperadas, as caixas-pretas foram lacradas e enviadas para análise em Paris em maio de 2011
Foto: BEA / Divulgação
Recuperadas, as caixas-pretas foram lacradas e enviadas para análise em Paris em maio de 2011
Foto: BEA / Divulgação
O robô Remora 6000 localizou as caixas-pretas e os corpos de vítimas do voo AF 447 em abril de 2011, quase dois anos após o acidente
Foto: BEA / Divulgação
Em 5 de dezembro de 2011 foi enterrado o mecânico de engrenagens Nelson Marinho Filho, na zona oeste do Rio de Janeiro. Ele foi a primeira vítima encontrada após quase dois anos a ser sepultada
Foto: Jadson Marques / Futura Press
Em 22 de dezembro de 2011, foi cremado em Contagem (MG) o corpo da advogada Júlia Chaves de Miranda Schmidt, resgatado durante a nova fase de buscas