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Relatório final sobre acidente com AF 447 sai em 5 de julho

30 mai 2012 - 06h44
(atualizado às 08h03)
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Após três anos da tragédia que matou 228 pessoas na queda do voo AF 447, investigadores informaram nesta quarta-feira que será divulgado em 5º de julho o relatório final sobre o acidente. As conclusões devem servir para estabelecer eventuais responsabilidades penais, já que a justiça francesa mantém aberto um processo pelo caso onde são acusados a Air France e a Airbus.

As perguntas sem respostas do voo AF 447

O avião, um Airbus A330 da companhia aérea francesa, caiu nas águas do Atlântico quase quatro horas após ter decolado do Aeroporto do Galeão com 216 passageiros a bordo, a maior parte deles franceses e brasileiros, e 12 membros da tripulação.

O Escritório de Investigação e Análise (BEA) francês publicou sucessivos relatórios sobre as circunstâncias do acidente, o último deles em julho do ano passado, quando apontava para um erro de pilotagem como possível causa do acidente, mas não descartava problemas na concepção do aparelho.

Segundo o último relatório da BEA, o copiloto do avião iniciou uma manobra equivocada depois que o piloto automático se desativou durante a passagem por uma zona de turbulências e enquanto o comandante efetuava seu repouso regulamentar.

Os investigadores assinalaram que a tripulação não estava preparada para enfrentar uma situação desse tipo em grande altitude, e também indicaram falhas no funcionamento das sondas de medição da velocidade, que foram mudadas em todos os aviões após o acidente.

O acidente do AF 447

O voo AF 447 da Air France saiu do Rio de Janeiro com 228 pessoas a bordo no dia 31 de maio de 2009, às 19h (horário de Brasília), e deveria chegar ao aeroporto Roissy - Charles de Gaulle de Paris no dia 1º às 11h10 locais (6h10 de Brasília). Às 22h33 (horário de Brasília) o voo fez o último contato via rádio. A Air France informou que o Airbus entrou em uma zona de tempestade às 2h GMT (23h de Brasília) e enviou uma mensagem automática de falha no circuito elétrico às 2h14 GMT (23h14 de Brasília). Depois disso, não houve mais qualquer tipo de contato e o avião desapareceu em meio ao oceano.

Os primeiros fragmentos dos destroços foram encontrados cerca de uma semana depois pelas equipes de busca do País. Naquela ocasião, foram resgatados apenas 50 corpos, sendo 20 deles de brasileiros. As caixas-pretas da aeronave só foram achadas em maio de 2011, em uma nova fase de buscas coordenada pelo Escritório de Investigações e Análises (BEA) da França, que localizou a 3,9 mil m no fundo do mar a maior parte da fuselagem do Airbus e corpos de passageiros em quantidade não informada.

Após o acidente, dados preliminares das investigações indicaram um congelamento das sondas Pitot, responsáveis pela medição da velocidade da aeronave, como principal hipótese para a causa do acidente. No final de maio de 2011, um relatório do BEA confirmou que os pilotos tiveram de lidar com indicações de velocidades incoerentes no painel da aeronave. Especialistas acreditam que a pane pode ter sido mal interpretada pelo sistema do Airbus e pela tripulação. O avião despencou a uma velocidade de 200 km/h, em uma queda que durou três minutos e meio. Em julho de 2009, a fabricante anunciou que recomendou às companhias aéreas que trocassem pelo menos dois dos três sensores - até então feitos pela francesa Thales - por equipamentos fabricados pela americana Goodrich. Na época da troca, a Thales não quis se manifestar.

As caixas-pretas foram apresentadas à imprensa e às famílias das vítimas poucas horas após chegarem à França
As caixas-pretas foram apresentadas à imprensa e às famílias das vítimas poucas horas após chegarem à França
Foto: AFP
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