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França resgata 2º corpo de vítima nos destroços do voo AF 447

6 mai 2011 - 13h50
(atualizado às 15h16)
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As equipes de buscas do Escritório Francês de Investigação e Análises (BEA, na sigla em francês) anunciaram nesta sexta-feira o resgate do segundo corpo encontrado junto aos destroços do Airbus A330 da Air France, que caiu em maio de 2009 no Oceano Altântico quando fazia o voo AF 447. A informação foi anunciada pela direção-geral da polícia francesa, segundo a agência AFP.

Submarino Remora 6000 (esq.) localizou as caixas-pretas e os corpos de vítimas do voo AF 447
Submarino Remora 6000 (esq.) localizou as caixas-pretas e os corpos de vítimas do voo AF 447
Foto: BEA / Divulgação

O Airbus A330 caiu no dia 31 de maio de 2009 no Oceano Atlântico, quando fazia o voo entre o Rio de Janeiro e Paris, provocando a morte de 228 pessoas. Na quinta-feira, o primeiro corpo foi retirado dos destroços. Segundo uma fonte, o corpo que foi levado à superfície ainda estava em seu assento e em estado de decomposição, depois de ter passado quase dois anos a uma profundidade de 3,9 mil metros.

Os restos mortais foram analisados a bordo de um navio e serão transferidos para Paris na semana que vem, para uma eventual identificação.

Na próxima segunda-feira, está prevista uma reunião entre a polícia, a Justiça e o BEA, em que se pretende avaliar a continuidade da operação de resgate dos corpos das vítimas encontrados junto aos destroços do Airbus A330. O encontro, que será realizado em Paris, quer "validar a possibilidade de continuar içando os corpos", como disse ao Terra a coordenação de imprensa da Polícia Militar francesa nesta sexta-feira.

Duas equipes de especialistas encontram-se a bordo do navio Ile de Seine, de onde é coordenada a operação marítima por meio de robôs Remora 6000: uma tem a missão de recolher peças e outras partes da carcaça do avião que possam ser úteis para as investigações, e a segunda é encarregada de tentar retirar os corpos.

A polícia retirou amostras do corpo resgatado, que serão enviadas à França junto com as duas caixas-pretas do Airbus, recuperadas no início da semana. Inicialmente, as peças e a amostra serão levadas a Cayenne, na Guiana Francesa, de onde partirão de avião rumo a Paris. A expectativa é que os especialistas desembarquem na França até a quarta-feira. De acordo com a polícia francesa, um representante brasileiro vai acompanhar o procedimento e, na capital francesa, participará tanto do trabalho de leitura das caixas-pretas quanto da identificação da vítima por exame de DNA.

Ainda segundo a polícia, os corpos que estão afivelados aos assentos de avião são os mais fáceis de serem resgatados, já que os braços do robô conseguem segurar o banco com mais firmeza. Há vítimas, entretanto, que estão separadas dos assentos. Procurado, o BEA declarou que não comentará o resgate das vítimas e que esta questão é de responsabilidade da polícia e da Justiça francesas.

O acidente

O avião da Air France saiu do Rio de Janeiro com 228 pessoas a bordo no dia 31 de maio de 2009, às 19h (horário de Brasília), e deveria chegar ao aeroporto Roissy - Charles de Gaulle de Paris no dia 1º às 11h10 locais (6h10 de Brasília). Às 22h33 (horário de Brasília) o voo fez o último contato via rádio com o Centro de Controle de Área Atlântico (Cindacta III). O comandante informou que, às 23h20, ingressaria no espaço aéreo de Dakar, no Senegal. Às 22h48 (horário de Brasília) a aeronave saiu da cobertura radar do Cindacta.

A Air France informou que o Airbus entrou em uma zona de tempestade às 2h GMT (23h de Brasília) e enviou uma mensagem automática de falha no circuito elétrico às 2h14 GMT (23h14 de Brasília). Depois disso, não houve mais qualquer tipo de contato. Os fragmentos dos destroços foram encontrados cerca de uma semana depois no meio do oceano pelas equipes de busca brasileiras. No entanto, as caixas-pretas foram localizadas quase dois anos depois, em 1º de maio de 2011.

Dados preliminares das investigações feitas pelas autoridades francesas revelaram que falhas dos sensores de velocidade da aeronave, conhecidos como sondas Pitot, parecem ter fornecido leituras inconsistentes e podem ter interrompido outros sistemas do avião. As sondas permitem ao piloto controlar a velocidade da aeronave, um elemento crucial para o equilíbrio do voo. Mas investigadores deixaram claro que esse seria apenas um elemento entre outros envolvidos na tragédia. Em julho de 2009, a fabricante anunciou que recomendou às companhias aéreas que trocassem pelo menos dois dos três sensores - até então feitos pela francesa Thales - por equipamentos fabricados pela americana Goodrich. Na época da troca, a Thales não quis se manifestar.

Fonte: Terra
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