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Relatório aponta problemas de manutenção em avião da Air France

24 abr 2010 - 08h07
(atualizado às 08h32)
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Os especialistas judiciais que analisam o acidente com o avião da Air France em 1º de junho entre Rio de Janeiro e Paris, no Atlântico, que causou a morte de todos os 228 ocupantes, consideram que falhas na manutenção da aeronave podem ter causado o acidente.

Neste sábado, o jornal francês Libération trouxe novos elementos do relatório judicial, no entanto nada que determine de forma conclusiva o que levou o Airbus A330 da companhia francesa a cair no oceano Atlântico. A versão definitiva será apresentada em dezembro.

Conforme a publicação, a novidade do relatório é a falha nas sondas de medição de velocidade da aeronave que poderia estar "vinculada ao passado" desde a última revisão de manutenção, o que outros estudos já haviam demonstrado.

Isso significa que as sondas Pitot do fabricante Thales poderiam ter sido cobertas rapidamente por uma camada de gelo que as tenha deixado inutilizadas, o que "teria gerado uma série de panes que levaram a deterioração das condições de condução da aeronave" simplesmente pela falta de limpeza periódica.

Se confirmada essa tese, estaria aberta uma discussão para questionar as regras fixadas pelo fabricante aeronáutico Airbus, que estabelece que os medidores de velocidade devem receber manutenção a cada 21 meses.

Em todo caso, os peritos judiciais sublinham no relatório que não acreditam nem que as citadas sondas, tampouco as condições meteorológicas durante o voo (o avião atravessou uma zona com grande concentração de nuvens cúmulos-nimbos na altura do Equador), expliquem de forma unilateral as causas do acidente.

Por isso, concluem que "é necessária a busca de outras provas", o que sugere que os juízes não vão apontar culpados para os fatos.

Estas revelações chegam um dia depois de o organismo oficial francês encarregado da investigação, o Escritório de Investigações e Análises da Aviação Civil francesa (BEA) dar por encerrada neste fim de semana a terceira fase de buscas pelas caixas-pretas, que desde o começo do mês estavam sendo feitas por dois navios, o Seabed Worker e o Anne Candies.

As duas embarcações que realizaram varrições no fundo do mar com sonares e submarinos em uma área de 3 mil km² devem voltar ao porto de Recife para uma escala técnica.

O secretário de Transportes francês, Dominique Bussereau, insistiu ontem ao BEA que faça uma quarta operação de buscas pelas caixas-pretas, e seu departamento assegurou que tanto a Airbus quanto a Air France estão dispostos a financiar os esforços.

EFE   
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