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AF 447: "trabalhávamos 24 horas", diz tripulante sobre buscas

29 jun 2009 - 14h58
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Artur Rodrigues

Direto do Recife

As buscas dos corpos das vítimas do voo AF 447 foram um expediente sem fim para os tripulantes da fragata Bosísio, da Marinha. "Trabalhávamos 24 horas. De dia, com ajuda dos aviões, que jogavam sinalizadores no mar", contou o segundo tenente André Rodolfo de Farias, um dos responsáveis pelas manobras da embarcação, que mede 131 m de comprimento. "De noite, fazíamos busca visual com holofotes."

Barco da Marinha reboca peça da aeronave
Barco da Marinha reboca peça da aeronave
Foto: Força Aérea Brasileira / Divulgação

A fragata Bosísio transportou 31 dos 51 corpos achados no oceano. Em 25 dias de operação, percorreu 10,7 mil km, percurso em que, além de cadáveres, foram recolhidas 42 partes do avião e 12 volumes contendo pertences das vítimas do desastre aéreo.

"Sem dúvida, quando a gente se depara com essa situação (de encontro de corpos), se sente como se fosse um dos nossos familiares. Mas, como militares, estávamos preparados", contou o tenente Farias. De acordo com ele, mesmo após ficar vários dias sem encontrar corpos ou destroços, a tripulação tinha certeza de que acharia o avião e as vítimas.

O sargento Waltemir Pereira afirmou que a tripulação fez tudo o que podia ser feito para encontrar o máximo de corpos possível. Há 32 dias sem ver a família, ele afirmou que o esforço valeu a pena. "Para a minha família, é um orgulho muito grande", disse.

A fragata em que estavam o tenente Farias e o sargento Pereira saiu do Rio de Janeiro às 13h de 2 de junho e percorreu 3,5 mil km para chegar até a área de buscas que, no final das operações, havia se expandido até o Senegal.

Extraoficialmente, militares da Marinha afirmaram que acreditam que corpos e avião possam estar no fundo do mar. O pensamento é embasado no fato de que foram achadas poucas poltronas que, por serem flutuantes, deveriam estar boiando e ser mais facilmente localizadas.

Fonte: Especial para Terra
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