Peritos franceses apenas acompanham trabalho no IML, diz PF

A Polícia Federal (PF) e a Secretaria de Defesa Social (SDS) de Pernambuco informaram que os peritos franceses participam apenas como observadores dos trabalhos junto aos corpos das vítimas do acidente com voo AF 447 e que a inclusão de outros profissionais entre os que já estão atuando necessita de pedido por vias diplomáticas.

A manifestação dos órgãos brasileiros ocorreu após o diretor do Escritório de Pesquisas e Análises para a Segurança Aérea (BEA), Paul-Louis Arslanian, responsável pela investigação das causas do acidente, afirmar em entrevista coletiva, na França, que um médico legista da entidade foi impedido, na semana passada, de participar das necropsias no Instituto de Medicina Legal (IML) do Recife. Arslanian afirmou não estar satisfeito com a situação.

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Para que o perito participasse do procedimento, seria necessário um credenciamento. "A participação de qualquer autoridade francesa nos trabalhos realizados pelo Instituto de Medicina Legal, deverá ser feita pelas vias diplomáticas necessárias, isto é, junto à Embaixada Francesa e à Polícia Federal", informaram a PF e a SDS, por meio de nota conjunta.

Desde o dia 10, a comandante de polícia francesa Sylvie Garnier, o investigador Gil Delehaye, o dentista Charles Danjart e o médico Alain Sanvoisin atuam como observadores do trabalho de identificação dos corpos. Atualmente, 43 dos 50 corpos localizados estão no IML do Recife.

O acidente

O Airbus A330 saiu do Rio de Janeiro no domingo (31), às 19h (horário de Brasília), e deveria chegar ao aeroporto Roissy - Charles de Gaulle de Paris no dia 1º às 11h10 locais (6h10 de Brasília).

De acordo com nota divulgada pela FAB, às 22h33 (horário de Brasília) o voo fez o último contato via rádio com o Centro de Controle de Área Atlântico (Cindacta III). O comandante informou que, às 23h20, ingressaria no espaço aéreo de Dakar, no Senegal.

Às 22h48 (horário de Brasília) a aeronave saiu da cobertura radar do Cindacta, segundo a FAB. Antes disso, no entanto, a aeronave voava normalmente a 35 mil pés (11 km) de altitude.

A Air France informou que o Airbus entrou em uma zona de tempestade às 2h GMT (23h de Brasília) e enviou uma mensagem automática de falha no circuito elétrico às 2h14 GMT (23h14 de Brasília). A equipe de resgate da FAB foi acionada às 2h30 (horário de Brasília).