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Perícia em corpos sugere que Airbus caiu de "barriga" no mar

17 jun 2009 - 05h00
(atualizado às 05h06)
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As características das lesões encontradas nos corpos de 43 das 49 vítimas do voo 447 da Air France já periciadas em Fernando de Noronha sugerem que parte do Airbus A330 caiu de "barriga" no mar. As informações foram divulgadas pelo jornal O Estado de S. Paulo.

Barco da Marinha reboca peça da aeronave
Barco da Marinha reboca peça da aeronave
Foto: Força Aérea Brasileira / Divulgação

Segundo peritos ouvidos pelo impresso, praticamente 95% dos cadáveres apresentavam fraturas no terço medial das pernas, nos braços e na região do quadril. Na avaliação dos legistas, esse é um indício de que alguns passageiros estariam sentados nas poltronas no momento da queda. Outro sinal é a baixa incidência de traumatismo craniano. Se o avião tivesse caído de bico, dizem peritos, as vítimas deveriam apresentar ferimentos mais severos na cabeça.

Também foram detectadas petéquias (lesão de cor avermelhada) nas mucosas de grande parte dos cadáveres. Embora estejam associadas à morte por asfixia, elas podem surgir em outras situações, como politraumatismo. "Sabemos que houve despressurização da cabine, conforme indicou uma das mensagens enviadas pelo avião. Mas ainda é cedo para afirmar que as vítimas morreram em função disso, mesmo tendo sido encontradas petéquias em muitos dos corpos", disse um legista.

Apesar de as pistas indicarem que parte do avião pode ter chegado íntegro ao mar, a hipótese de que o jato se despedaçou no ar continua sendo investigada por legistas do IML e peritos da Aeronáutica.

O acidente

O Airbus A330 saiu do Rio de Janeiro no domingo (31), às 19h (horário de Brasília), e deveria chegar ao aeroporto Roissy - Charles de Gaulle de Paris no dia 1º às 11h10 locais (6h10 de Brasília).

De acordo com nota divulgada pela FAB, às 22h33 (horário de Brasília) o vôo fez o último contato via rádio com o Centro de Controle de Área Atlântico (Cindacta III). O comandante informou que, às 23h20, ingressaria no espaço aéreo de Dakar, no Senegal.

Às 22h48 (horário de Brasília) a aeronave saiu da cobertura radar do Cindacta, segundo a FAB. Antes disso, no entanto, a aeronave voava normalmente a 35 mil pés (11 km) de altitude.

A Air France informou que o Airbus entrou em uma zona de tempestade às 2h GMT (23h de Brasília) e enviou uma mensagem automática de falha no circuito elétrico às 2h14 GMT (23h14 de Brasília). A equipe de resgate da FAB foi acionada às 2h30 (horário de Brasília).

Fonte: Redação Terra
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