Equipe de resgate diz que franceses avistaram mais corpos

A equipe de resgate da Marinha e Aeronáutica brasileiras informou nesta quinta-feira que não foram encontradas mais vítimas do vôo Air France 447 nesta madrugada e manhã, mas que embarcações francesas avistaram mais corpos no mar, embora ainda não retirados do oceano. Segundo o brigadeiro Ramon Cardoso, os corpos vistos pelos franceses já estariam fora do limite de águas brasileiras no Atlântico, em águas pertencentes ao Senegal.

No final desta manhã, um helicóptero Super Puma levou até Fernando de Noronha os últimos 13 dos 25 corpos transportados pela fragata Bosísio.

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Cardoso também disse que as condições de tempo no local de buscas pelos destroços e vítimas do vôo AF 447, que caiu no oceano Atlântico no último dia 1º, continuam ruim. Em nota, a Força Aérea Brasileira (FAB) afirmou que as aeronaves vão fazer buscas apenas em locais que ofereçam condições de vôo visual a baixa altura.

O brigadeiro afirmou que a quantidade de destroços recolhidos nas últimas horas é menor que a feita nos últimos dias e que a chance de se resgatar todas as vítimas é muito pequena. Até agora, foram resgatados 41 corpos de 228 pessoas que estavam a bordo da aeronave.

Segundo o brigadeiro Ramon Cardoso, da Aeronáutica, nesta manhã, foi completado todo o material necessário para continuar com as buscas até o dia 19. Contudo, até o dia 17, se necessário, será feito novo posicionamento para que os trabalhos continuem até o dia 25, podendo ser feito, novamente, novo planejamento.

"Nem todos os familiares vão receber os corpos daqueles que estava a bordo da aeronave", disse o brigadeiro, após afirmar que, quanto mais passa o tempo, mais difícil fica encontrar corpos no oceano

A Marinha e a Aeronáutica afirmaram também que os destroços que estão nos navios franceses, se assim for decidido pela agência francesa que investiga o caso, podem ser levados direto para a França, sem passar pelo Brasil. Nesta manhã, chegaram a Natal os primeiros destroços recolhidos nas áreas de busca. Segundo o vice-almirante Edison Lawrence, da Marinha, o material é composto por 37 objetos.

Os oficiais disseram que a maior parte da quantidade encontrada de destroços já foi recolhida e a quantidade de material que é avistado também tem diminuído. De acordo com os oficiais, as áreas de busca estão agora concentradas a norte de Fernando de Noronha, a cerca de 1.350 km do Recife.

Um tripulante de uma fragata francesa que estava doente foi retirado da embarcação e colocado na fragata Bosísio. Ele foi encaminhado levado para Fernando de Noronha e depois seguiu para Natal para tratamento. A princípio, os médicos pensaram que o tripulante estaria com meningite, mas depois descartaram essa hipótese.

A fragata Constituição será retirada hoje das buscas para ser substituída por uma corveta. No caminho de volta, transportará os corpos encontrados pelos navios franceses para Fernando de Noronha e parte dos destroços para o Recife. "Temos várias peças pequenas (na Constituição), mas também temos a cauda, que é bastante grande, e precisaremos de um guindaste para retirá-la do navio", disse o vice-almirante.

O acidente

O Airbus A330 saiu do Rio de Janeiro no domingo (31), às 19h (horário de Brasília), e deveria chegar ao aeroporto Roissy - Charles de Gaulle de Paris no dia 1º às 11h10 locais (6h10 de Brasília).

De acordo com nota divulgada pela FAB, às 22h33 (horário de Brasília) o vôo fez o último contato via rádio com o Centro de Controle de Área Atlântico (Cindacta III). O comandante informou que, às 23h20, ingressaria no espaço aéreo de Dakar, no Senegal.

Às 22h48 (horário de Brasília) a aeronave saiu da cobertura radar do Cindacta, segundo a FAB. Antes disso, no entanto, a aeronave voava normalmente a 35 mil pés (11 km) de altitude.

A Air France informou que o Airbus entrou em uma zona de tempestade às 2h GMT (23h de Brasília) e enviou uma mensagem automática de falha no circuito elétrico às 2h14 GMT (23h14 de Brasília). A equipe de resgate da FAB foi acionada às 2h30 (horário de Brasília).

Desde a manhã de sábado, foram localizados 41 corpos próximos ao local onde a aeronave emitiu as últimas notificações. As vítimas são levadas até Fernando de Noronha por embarcações da Marinha.