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Europa

França lamenta que peça içada do mar não seja de avião

5 jun 2009 - 07h26
(atualizado às 07h38)
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O governo francês lamentou nesta sexta-feira a notícia de que uma peça içada do Oceano Atlântico não pertencia ao Airbus que fazia o vôo AF 447, acidentado na madrugada de segunda-feira.

FAB fez imagens de materiais encontrados na área de busca do AF447
FAB fez imagens de materiais encontrados na área de busca do AF447
Foto: Força Aérea Brasileira / Divulgação

Em uma entrevista à rádio francesa RTL, o secretário francês de Transportes, Dominique Bussereau, disse que a revelação é uma "má notícia". "É evidentemente uma má notícia. Teríamos preferido que fosse do avião e que tivéssemos informações", disse Bussereau.

Mas ele rejeitou a sugestão de que as autoridades brasileiras tenham se apressado ao relacionar a peça à aeronave. "Os brasileiros estão aportando uma ajuda de grande valor. Não é o caso de criticar aquelas e aqueles que estão conosco irmanados na dor", disse o secretário, reagindo à sugestão do entrevistador de que as autoridades brasileiras teriam sido "levianas".

As autoridades brasileiras informaram que uma peça de madeira retirada do mar na quinta-feira na verdade não pertencia ao Airbus. A Aeronáutica descartou essa possibilidade porque a aeronave não continha esse material.

Para Bussereau, a prioridade das buscas deve ser encontrar as caixas pretas, ou seja, os registros de dados. "O tempo está contra nós. Precisamos fazer de tudo para recuperar os registros de vôo e, portanto, ampliar a zona para dar prosseguimento às buscas."

Velocidades incoerentes

As declarações do secretário francês foram dadas horas antes de a agência francesa que investiga o acidente divulgar que havia uma "incoerência" nas informações de velocidade medidas pelos aparelhos do avião.

Em um comunicado à imprensa, o Centro de Investigações e Análises (BEA, na sigla em francês) afirmou que é possível estabelecer, "a partir da avaliação das mensagens automáticas transmitidas pelo avião, uma incoerência das diferentes velocidades medidas".

A aeronave possui diferentes aparelhos para mensurar a velocidade, e os investigadores disseram que havia "uma incoerência entre essas velocidades".

Ainda segundo o comunicado, a investigação permite confirmar que o avião voava em uma zona de forte tempestade no momento em que teria ocorrido o acidente. A nota diz que "esses são os únicos elementos estabelecidos" e pede que se evitem "todas as interpretações apressada ou especulação".

Nos últimos dias, as autoridades francesas têm pedido "cautela" na divulgação de informações sobre o acidente. "As autoridades francesas dizem há vários dias que é preciso ser de uma extrema prudência (nas investigações)", ressaltou o secretário de Transportes francês Bussereau nesta sexta-feira.

Na quinta-feira, o diretor do BEA, Paul-Louis Arslanian, afirmou que "qualquer pista sobre o desaparecimento do avião no Oceano Atlântico é "prematura". "Há um exagero de informações, em todas as direções, que são mais ou menos verdadeiras, mais ou menos validadas com extrapolações e tentativas de explicações", afirmou.

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