Alternativas contra os efeitos da seca O semiárido e seu regime de chuvas é uma característica da região. Existem opções de vantagens econômicas e soluções simples para se tirar proveito do clima, da mesma forma que um lutador pode usar a força do adversário contra ele. Veja algumas alternativas para reduzir os efeitos da estiagem prolongada: Cisterna doméstica – O equipamento mais simples é também um dos mais populares. Parte da cisterna com volume de 16 mil metros cúbicos está enterrada no solo, o que ajuda a reduzir a temperatura da água. Toda a captação é feita pelas calhas da casa, que levam a água da chuva para o reservatório. Uma das vantagens do sistema está no fato de que a água é distribuída pela natureza, até mesmo para comunidades distantes. Cisterna calçadão – Esse reservatório de 52 mil metros cúbicos conta com um grande calçadão, um área plana com 20m x 10m, topograficamente localizada em área mais alta do que a cisterna. O calçadão vai cumprir a função do telhado, na época de chuva, e terá capacidade para captar água em maior volume. Barreiro trincheira – Reservatório de água com pequeno volume, que aproveita características topográficas e do tipo do terreno, logo só pode ser construído em determinados locais. O princípio desse barreiro é ter uma lâmina de água pequena e uma profundidade maior. A água guardada para produção sofrerá menos com a evaporação do que em açudes clássicos. Barragem subterrânea – Esse modelo também precisa de um terreno apropriado, em princípio baixios topográficos, locais onde são formados córregos e riachos. Em uma parte baixa desse curso subterrâneo, é criada uma barreira com pedra e lona plástica enterrada. A água não se perde no lenço freático porque, em geral, nesses terrenos existe uma camada de pedras abaixo da de terra, que impede mantém a terra úmida. O modelo mantém a água dentro da terra. Na parte mais baixa do terreno, antes da barreira construída no subterrâneo, é cavado um poço. Parte da água do poço é bombeada para uma caixa d’água na parte alta do terreno, que servirá para irrigar outras áreas. A superfície da barragem subterrânea é usada para plantação. Como a água está dentro do solo, a evaporação é mínima. E ainda se aproveita a água do poço para ampliar a terra produtiva, mesmo em época de estiagem. Manejo florestal da caatinga – Essa proposta é colocada em prática pelo Serviço Florestal Brasileiro em poucas propriedades, mas até então com muito bom resultado. Ele considera que o Código Florestal prevê que, no semiárido, as propriedades devem guardar 20% da vegetação nativa e podem explorar o restante da propriedade. São reservados 30% da propriedade para o manejo florestal e os outros 50% dedicados à agricultura. Na área de manejo, o lote é repartido em quinze unidades. No primeiro ano, o primeiro lote é cortado e a lenha é vendida, legalmente, com autorização oficial. No segundo ano, o segundo lote sofre o talhão e o primeiro intocado. O primeiro lote só receberá novo talhão no décimo sexto ano. Energia solar – Essa opção ainda está no campo das possibilidades futuras, mas possui, entre os defensores, o presidente da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), João Bosco de Almeida. Ele é o primeiro a argumentar que o potencial de insolação por metro quadrado no semiárido nordestino é um dos maiores do mundo e, com a tecnologia adequada a energia do sol poderia ser transformada em eletricidade e transformar e mudar as perspectivas da região com a chegada dos royalties. Foto: Celso Calheiros mais especiais de notícias