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vc repórter: “tarado” exibe pênis para alunas da UFABC

Estudante afirmou que o homem se exibe para as alunas da faculdade paulista desde outubro do ano passado, no mesmo local e no mesmo horário, mas nunca foi pego

26 mar 2015 - 18h05
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A Polícia Civil de Santo André, município da região do ABC Paulista, em São Paulo, investiga um caso denunciado por estudantes da Universidade Federal do ABC (UFABC). De acordo com a leitora Ana, desde o ano passado, um funcionário de uma obra que está em andamento dentro da unidade exibe seu pênis para alunas em uma janela e tenta fazer com que elas o observem, enquanto ele se masturba.

<p>Leitora disse que o funcionário usa um boné para não ser reconhecido</p>
Leitora disse que o funcionário usa um boné para não ser reconhecido
Foto: Ana / vc repórter

Ana, que também é vítimas, relatou que os “casos de abuso” têm acontecido na faculdade desde outubro. “(A situação) se repetiu várias vezes. Durante o horário de almoço, das 11h30 às 13h, ele sai em uma janela, em frente à rua Abolição, mostra seu órgão genital, pratica masturbação e faz questão que as meninas que passam na rua nesse horário vejam, chamando a nossa atenção, para olharmos pra ele”, relatou.

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Na segunda vez que se deparou com a cena, a leitora decidiu fotografar e filmar o operário. Ela explicou que, devido ao nervosismo, não conseguiu registrar imagens nítidas, mas afirmou que ele usa um boné para não ser reconhecido.

Ana foi à Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) e registrou um Boletim de Ocorrência sobre o abuso. A estudante afirmou que a universidade foi procurada por vítimas do funcionário e estava ciente do caso desde o início, mas nada foi feito. Ela disse ainda que a faculdade se manifestou pela primeira vez apenas na última segunda-feira (23), depois da repercussão do seu relato em um grupo da UFABC no Facebook. A leitora negou ter sido a única a fazer B.O., mas explicou que algumas colegas não reportaram a situação à polícia por medo ou vergonha.

“Estou cansada! Me sinto fraca e impotente. Minha vontade era de ir na obra procurar por ele, mas o medo não deixou. O medo de apanhar, de ser abusada, o medo de retaliação. Não entendo qual é a dificuldade em pegarem ele. Esse cara faz isso há muito tempo! No mesmo lugar, no mesmo horário. Várias meninas já o viram. Os outros não se importam. Esquecem que podia ser a mãe, a filha, a namorada, a esposa deles. A que ponto vamos ter que chegar para esse cara ser pego? Quem vai precisar ser estuprada para que as autoridades tomem alguma providência?”, disse Ana.

Em nota oficial, publicada em perfil no Facebook, a UFABC afirmou que estava ciente das denúncias e repudiou qualquer ato de desrespeito à mulher. A universidade disse ainda que ações já foram tomadas, desde os primeiros casos divulgados.

Segundo a faculdade, houve tentativa de identificar os suspeitos, por meio de reconhecimento fotográfico feito por duas estudantes, sem sucesso; oferta de suporte às vítimas para apoio psicossocial, além do acompanhamento para a formalização do Boletim de Ocorrência; e, na última sexta-feira, uma reunião foi realizada entre um dirigente da UFABC e representantes da DDM. A universidade disse que, na ocasião, a autoridade policial informou que não era possível tomar qualquer atitude sem o registro realizado pela própria vítima.

A UFABC reforçou que está atenta ao ocorrido e disposta a evitar a reincidência dessas ocorrências, mas solicitou a colaboração da comunidade acadêmica para formalizar registros na delegacia, identificar o suspeito e, em caso de novo flagrante, acionar a polícia imediatamente. A instituição ofereceu às autoridades “acesso irrestrito às suas dependências e informações que auxiliem nas investigações criminais”.

A Secretaria de Estado da Segurança Pública afirmou que, segundo a delegada Adriane Mayer Bontempi, há apenas um Boletim de Ocorrência sobre o caso na DDM, registrado no início da semana. Um inquérito foi instaurado por ato obsceno, mas, até as 16h30 desta quinta-feira (26), o suspeito não havia sido identificado.

A delegada orientou a todas as pessoas que se sintam vítimas do operário que façam o Boletim de Ocorrência. A secretaria esclareceu que o registro não precisa ser feito na DDM, basta que as estudantes procurem uma delegacia próxima à universidade.

A leitora Ana, de Santo André (SP), participou do vc repórter, canal de jornalismo participativo do Terra. Se você também quiser mandar fotos, textos ou vídeos, clique aqui ou envie pelo aplicativo WhatsApp, disponível para smartphones, para o número +55 11 97493.4521.

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