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Vai a 497 o nº de mortos pela chuva na região serrana do Rio

13 jan 2011 - 07h09
(atualizado em 14/1/2011 às 02h14)
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Autoridades informaram, nesta quinta-feira, que o número de mortos em decorrência das fortes chuvas na região serrana do Rio de Janeiro subiu para 497. Após desmoronamentos na zona rural de Sumidouro, 19 pessoas foram encontradas sem vida. Em Nova Friburgo, pelo menos 216 pessoas morreram; em Teresópolis, 223; e em Petrópolis, 39.

» Veja como ajudar os desabrigados pela chuva no RJ

Os deslizamentos e enchentes que assolaram a região deixaram, até a tarde desta quinta-feira, 1,2 mil desalojados e 1,2 mil desabrigados em Teresópolis; Nova Friburgo registra 1,5 mil entre desalojados e desabrigados; e Petrópolis, 6,5 mil pessoas fora de casa. A prefeitura de Teresópolis está acolhendo vítimas em 11 abrigos. Em Petrópolis são quatro locais e em Nova Friburgo, dois.

Na madrugada de terça para quarta-feira choveu cerca de 300 mm em 24 horas na região, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Em Nova Friburgo, a cidade mais afetada, o valor esperado para todo o mês de janeiro era de 209 mm. Localidades inteiras foram soterradas por lama em Teresópolis. No bairro Caleme, uma represa transbordou, provocando o deslizamento de encostas sobre casas e carros.

Petrópolis também sofreu devastação em diferentes pontos, sendo que o distrito de Itaipava foi o mais atingido. O soterramento de uma casa na localidade de Vale do Cuiabá matou 12 pessoas de uma mesma família. Corpos foram recolhidos por moradores e depositados às margens de um rio à espera de resgate. Em Nova Friburgo, três bombeiros que seguiam para resgatar vítimas foram soterrados por uma avalanche.

O Instituto Médico Legal (IML) do Estado montou uma força-tarefa para ajudar nas identificações dos corpos. Na porta dos locais improvisados como necrotérios, uma multidão procura por amigos, familiares ou conhecidos que desapareceram depois da madrugada de terça para quarta-feira. Muitos ainda não foram encontrados em meio aos escombros. O reconhecimento dos mortos é feito através de fotos.

O maior cemitério de Teresópolis, Carlinda Berlim, funcionou nesta quinta-feira para enterros até as 22h. O prolongamento nas atividades, que normalmente se encerram às 17h, ocorreu por causa do enorme número de corpos que chegou da polícia. Holofotes foram instalados para as cerimônias fúnebres à noite e a prefeitura mandou abrir 303 covas. Após o encerramento das atividades, o local seguirá recebendo corpos ao longo da madrugada para serem enterrados na sexta-feira.

Presidente sobrevooa região

Em resposta ao pedido de ajuda do Rio e de São Paulo, também atingido pela chuva, a presidente Dilma Rousseff anunciou a liberação de R$ 780 milhões. Para ter a dimensão dos estragos, ela sobrevoou hoje as áreas atingidas e disse que é preciso garantir que a reconstrução das cidades atingidas seja feita junto com a prevenção de novos desastres. Segundo a presidente, a ocupação de moradias em áreas de risco, propensas a desabamentos, "é a regra, e não a exceção" no Brasil.

"Nós temos que garantir que a reconstrução seja um momento também de prevenção", disse durante entrevista coletiva no Rio de Janeiro. "(Devemos) fazer da forma menos burocrática e mais rápida possível para a população brasileira. Não há como revolver o problema se não oferecer alternativas. A política habitacional que nós fizemos foca em quem precisa mais", afirmou Dilma.

Calamidade

Na quarta-feira, a prefeitura de Teresópolis decretou situação de calamidade pública devido à tragédia. Segundo informou a Secretaria Nacional de Defesa Civil, as prefeituras de Petrópolis e Nova Friburgo também assinaram o decreto de calamidade.

Tempo
Para a meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) Marlene Leal, os moradores têm motivos para se preocupar, já que as chuvas devem continuar atingindo a região até o próximo sábado. "Existe naturalmente um corredor de baixa pressão atmosférica vindo de Minas Gerais e que favorece a intensificação das chuvas na Região Serrana do Rio, na divisa com Minas. Uma frente fria vinda do Sudeste, que já atua em Minas, Goiás e São Paulo é a que agora está no Rio", disse.

Veja onde foram registradas as mortes:

Em 2010, mais de 300 mortos

No ano passado, pelo menos 310 pessoas morreram em duas grandes tragédias causadas pelas chuvas. A primeira foi em Angra dos Reis, quando dezenas de pessoas morreram na madrugada de 1º de janeiro após deslizamentos de terra, e a outra aconteceu em abril, mês em que choveu muito no Estado, causando deslizamentos de terra como no Morro do Bumba, em Niterói.

Fonte: Redação Terra
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