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Último resgate de corpos do voo AF 447 custou R$ 13,5 milhões

15 jun 2011 - 14h29
(atualizado às 16h10)
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A última operação de resgate dos corpos das vítimas do voo Rio-Paris que caiu no Oceano Atlântico em junho de 2009 custou 6 milhões de euros (R$ 13,5 milhões), segundo afirmou nesta quarta-feira o Ministério de Transportes da França. Essa última etapa, que durou sete semanas, foi financiada pelo Estado francês, da mesma forma que as quatro operações anteriores. Não há informações acerca do custo das demais atividades.

Robô Remora 6000 localizou as caixas-pretas e os corpos de vítimas do voo AF 447
Robô Remora 6000 localizou as caixas-pretas e os corpos de vítimas do voo AF 447
Foto: BEA / Divulgação

A recente operação foi concluída em 3 de junho, realizada pelo navio Ile de Sein. A embarcação, contudo, não deve chegar ao porto de Bayonne (sudoeste da França) antes desta quinta-feira. Os corpos serão levados a um instituto médico-legal ainda não informado para identificação. Já as peças resgatadas do avião da companhia Air France serão transferidas a um hangar da Direção Geral de Armamento (DGA) em Toulouse (sul da França).

O secretário de Transportes francês, Thierry Mariani, e funcionários do Escritório de Investigação e Análise (BEA), se reuniram nesta quarta-feira com membros do comitê de informação das famílias das vítimas do voo AF447, que levava 228 pessoas a bordo. Também participaram do encontro membros da Guarda Nacional francesa e da companhia Air France, que expuseram, segundo o comunicado, "as grandes linhas das operações de identificação dos corpos e de sua restituição às famílias."

Ao todo, foram resgatados 104 corpos, que se somam aos 50 encontrados na superfície nos dias seguintes à tragédia. Cabe ao Tribunal de Grande Instância de Paris decidir se haverá uma nova operação de busca dos demais corpos. Nessa reunião, segundo a nota do Ministério de Transportes, Mariani afirmou que a Justiça francesa e o BEA devem continuar suas respectivas investigações para determinar "as causas deste drama".

Está previsto também que o BEA publique, ainda neste mês, um segundo relatório preliminar sobre as causas do acidente, depois de o primeiro apontar uma falha nas sondas de medição de velocidade como origem do acidente.

O acidente do AF 447

O voo AF 447 da Air France saiu do Rio de Janeiro com 228 pessoas a bordo no dia 31 de maio de 2009, às 19h (horário de Brasília), e deveria chegar ao aeroporto Roissy - Charles de Gaulle de Paris no dia 1º às 11h10 locais (6h10 de Brasília). Às 22h33 (horário de Brasília) o voo fez o último contato via rádio. A Air France informou que o Airbus entrou em uma zona de tempestade às 2h GMT (23h de Brasília) e enviou uma mensagem automática de falha no circuito elétrico às 2h14 GMT (23h14 de Brasília). Depois disso, não houve mais qualquer tipo de contato e o avião desapareceu em meio ao oceano.

Os primeiros fragmentos dos destroços foram encontrados cerca de uma semana depois pelas equipes de busca do País. Naquela ocasião, foram resgatados apenas 50 corpos, sendo 20 deles de brasileiros. As caixas-pretas da aeronave só foram achadas em maio de 2011, em uma nova fase de buscas coordenada pelo Escritório de Investigações e Análises (BEA) da França, que localizou a 3,9 mil m no fundo do mar a maior parte da fuselagem do Airbus e corpos de passageiros em quantidade não informada.

Após o acidente, dados preliminares das investigações indicaram um congelamento das sondas Pitot, responsáveis pela medição da velocidade da aeronave, como principal hipótese para a causa do acidente. No final de maio de 2011, um relatório do BEA confirmou que os pilotos tiveram de lidar com indicações de velocidades incoerentes no painel da aeronave. Especialistas acreditam que a pane pode ter sido mal interpretada pelo sistema do Airbus e pela tripulação. O avião despencou a uma velocidade de 200 km/h, em uma queda que durou três minutos e meio. Em julho de 2009, a fabricante anunciou que recomendou às companhias aéreas que trocassem pelo menos dois dos três sensores - até então feitos pela francesa Thales - por equipamentos fabricados pela americana Goodrich. Na época da troca, a Thales não quis se manifestar.

EFE   
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