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TST: 40% dos funcionários dos Correios terão de trabalhar

19 set 2012 - 14h12
(atualizado às 15h20)
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O Tribunal Superior do Trabalho (TST) estipulou nesta quarta-feira que 40% dos funcionários em cada agência dos Correios devem manter as atividades, apesar da greve da categoria. Caso a determinação não seja cumprida, a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares (Fentect) será multada em R$ 50 mil por dia.

Veja como a greve dos servidores federais pode afetar sua rotina

A decisão será publicada no Diário Oficial da Justiça de amanhã. A federação manifestou insatisfação em relação à decisão da ministra Maria Cristina Peduzzi. Segundo ela, foi considerada a proximidade do período eleitoral e a necessidade de manutenção dos serviços. A ministra conduziu hoje a audiência de conciliação entre as partes, que acabou sem acordo.

De acordo com a Fentect, cerca de 84% dos funcionários aderiram à paralisação, o equivalente a 117 mil dos 120 mil empregados. Já segundo os Correios, 9% dos trabalhadores aderiram à greve. Dos 35 sindicatos filiados à federação, 25 estão parados. Com a decisão do TST, devem trabalhar, no mínimo, 48 mil funcionários.

Na audiência de conciliação, a ministra Cristina Peduzzi propôs reajuste salarial de 5,2%, aumento linear de R$ 80, pagamento de bonificação no final de ano em parcela única de R$ 575 e a negociação conjunta das demais questões reivindicadas pelos trabalhadores.

A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) rejeitou o aumento linear de R$ 80, argumentando impacto de cerca de R$ 950 milhões.

A Fentect reclama que a empresa não repassa os lucros aos trabalhadores e pedem reajuste de 43% (33% de reposição e 10% de aumento), aumento linear de R$ 200, benefícios, esclarecimentos sobre possíveis mudanças no plano de saúde empresarial, pagamento de bonificação no final de ano e melhorias das condições de trabalho. Funcionários relataram ainda que em muitos locais faltam bicicletas, uniformes, cadeiras, carimbos e protetor solar. Atualmente, a base salarial dos trabalhadores dos Correios é aproximadamente R$ 943.

As partes (funcionários e direção da empresa) têm até o meio-dia da próxima segunda-feira para se manifestarem sobre o andamento das negociações. Caso não haja retorno, o dissídio será encaminhado à ministra do TST, Kátia Arruda.

O movimento grevista

Iniciados em julho, os protestos e as paralisações de servidores de órgãos públicos federais cresceram no mês de agosto. Pelo menos 25 categorias entraram em greve, tendo o aumento salarial como uma das principais reinvindicações. O Ministério do Planejamento estima que a paralisação tenha envolvido cerca de 80 mil servidores. Em contrapartida, os sindicatos calculam que 350 mil funcionários aderiram ao movimento.

A greve afetou servidores da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), do Arquivo Nacional, da Receita Federal, dos ministérios da Saúde, do Planejamento, das Relações Exteriores, do Meio Ambiente e da Justiça, entre outros. O Sindicato Nacional dos Servidores das Agências Nacionais de Regulação (Sinagências) informou que dez agências reguladoras aderiram ao movimento.

Após apresentar proposta de aumento de 15,8%, dividido em três anos, o governo encerrou no dia 26 de agosto as negociações com os servidores. Policiais federais e funcionários do Incra foram as únicas classes que continuaram em greve após o fim das negociações. O orçamento anual do governo, com a previsão de gastos com a folha de pagamentos dos servidores em 2013, foi enviado ao Congresso em 30 de agosto.

No dia 19 de setembro, trabalhadores dos correios deflagraram uma greve em pelo menos 18 Estados e no Distrito Federal. O comando de negociação reivindica 43,7% de reajuste, R$ 200 de aumento linear e piso salarial de R$ 2,5 mil. Quatro sindicatos dissidentes (São Paulo, Rio de Janeiro, Tocantins e Bauru), que se desfiliaram da federação, reivindicam 5,2% de reposição, 5% de aumento real e reajuste linear de R$ 100. O salário-base inicial de carteiros, atendentes comerciais e operadores de triagem e transbordo é R$ 942.

Agência Brasil Agência Brasil
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