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Trânsito

vc repórter: flanelinhas “encarecem” estacionamento em SP

Leitor estranhou "convivência pacífica" entre flanelinhas e agentes da CET na região do Estádio do Pacaembu

19 dez 2014 - 17h15
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<p>Flanelinhas cobram para vigiar carros de visitantes do local</p>
Flanelinhas cobram para vigiar carros de visitantes do local
Foto: Maurício / vc repórter

Estacionar um carro nas ruas de São Paulo raramente sai barato. Caso seja possível escapar dos altos preços dos estabelecimentos particulares e do custo dos cartões da Zona Azul (estacionamento rotativo pago), os motoristas ainda ficam sujeitos à abordagem dos chamados flanelinhas, que cobram para vigiar o veículo. Em muitos casos, a recusa ao serviço é revidada com riscos na pintura do automóvel.

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No último domingo, por volta das 15h, o leitor Maurício foi ao Estádio do Pacaembu, localizado no bairro de mesmo nome, na zona oeste de São Paulo. A presença de agentes da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) e de flanelinhas entre os carros estacionados causou surpresa. “Aparentemente, eles convivem pacificamente na Praça Charles Miller. Funcionários da CET fiscalizam o uso de Zona Azul e flanelinhas cobram para ‘dar uma olhadinha no carro’ e vendem cartões de Zona Azul a preços extorsivos”, disse. “Ou seja, além de pagar por força de lei, ainda há que se pagar informalmente para não ter seu carro arranhado”, completou.

Maurício afirmou que, irritado com a situação, informou a um fiscal da companhia que estava receoso de ter seu carro danificado, pois não estava disposto a dar dinheiro aos flanelinhas. “Ele me disse que não tinha problema e que a Polícia Militar estava no local (eu não vi). Acabei optando por parar em uma das ruas dos arredores e caminhar até o estádio para visitar o Museu do Futebol”, finalizou.

<p>Agentes da CET fiscalizam uso de Zona Azul no Pacaembu</p>
Agentes da CET fiscalizam uso de Zona Azul no Pacaembu
Foto: Maurício / vc repórter

De acordo com o site da CET, o preço do talão de Zona Azul de 1 hora é R$ 45, o que equivale a um custo de R$ 4,50 por folha. O leitor afirmou que os flanelinhas vendiam essas folhas por R$ 6 cada. Em sua página, a companhia recomenda que os blocos sejam adquiridos antecipadamente para evitar a possibilidade de comprar um produto falsificado ou a preços abusivos, quando repassados por cambistas. “Evite ser autuado”, enfatiza o comunicado.

Procurada pelo Terra, a CET afirmou que realiza diariamente a fiscalização nas vagas de Zona Azul da região do Pacaembu e reforçou a orientação sobre a compra antecipada. A companhia informou que, próximo ao estádio, os usuários podem utilizar os postos oficiais localizados no Museu do Futebol, na Banca Pacaembu e na Barraca Sinésio.

Quanto à “convivência” com os flanelinhas, o órgão ressaltou que é responsável pela gestão do trânsito no município e desempenha atividades de operação, orientação e fiscalização de infrações de circulação, estacionamento e parada nos termos previstos pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB). A CET acrescentou que, além das atividades operacionais, a companhia também é responsável por implantar e realizar a manutenção da sinalização viária, implantar medidas para ordenar a circulação de veículos, entre outras atividades.

Segundo o comunicado, “apesar de a CET não ser responsável pela repressão à atividade de ‘flanelinhas’, por não se tratar de infração de trânsito, sempre que os agentes se deparam com atividades irregulares, eles informam aos órgãos responsáveis pela fiscalização para que tomem as atitudes cabíveis”. O órgão sugeriu que os motoristas que se sentem ameaçados abram boletins de ocorrência nessas situações.

A reportagem entrou em contato com a Polícia Militar para questionar se havia policiais no local no momento e que tipos de medidas os agentes costumam aplicar para coibir a ação de flanelinhas na cidade. Até 17h, a corporação não se manifestou.

O leitor Maurício, de São Paulo (SP), participou do vc repórter, canal de jornalismo participativo do Terra. Se você também quiser mandar fotos, textos ou vídeos, clique aqui ou envie pelo aplicativo WhatsApp, disponível para smartphones, para o número +55 11 97493.4521.

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