A Advocacia-Geral da União (AGU) informou na tarde desta segunda-feira que vai esperar informações da Polícia Rodoviária Federal (PRF) sobre os bloqueios feitos por caminhoneiros hoje para tomar as providências judiciais cabíveis. Ontem, a Justiça Federal no Rio de Janeiro deu liminar proibindo a paralisação do tráfego nas rodovias federais.
Mesmo com a decisão, que prevê intervenção policial e multa de R$ 10 mil por hora, foram registrados bloqueios em estradas que interligam o interior e o litoral de São Paulo, além de trechos em Minas Gerais e no Espírito Santo.
A decisão judicial destaca que há diferença entre as paralisações dos caminhoneiros e os protestos por melhorias no serviço público que tomaram o País nas últimas semanas. "Vemos um pleito específico da categoria dos caminhoneiros, empresas e cooperativas de transporte e demais serviços relacionados ao setor, com pauta e reivindicações próprias, algo que já aconteceu inúmeras vezes no Brasil e que não está - a não ser temporalmente - ligado aos movimentos populares recentes no País", disse.
A decisão ainda aponta a necessidade de garantir a liberdade de locomoção, evitar "prejuízos irreversíveis para a liberdade econômica" e garantir a segurança dos caminhoneiros e dos usuários das rodovias.
2 de julho - Manifestantes em protesto bloqueiam e queimam ônibus na BR-040 na altura da cidade de Ribeirão das Neves (MG)
Foto: Flávio Tavares / Hoje em Dia / Futura Press
2 de julho - Caminhoneiros em protesto bloqueiam a pista do km 359 da BR-381 na altura da cidade de João Monlevade (MG), nesta terça-feira
Foto: Alex de Jesus / O Tempo / Futura Press
2 de julho - Caminhoneiros em protesto bloqueiam a pista do km 513 da BR-381 na altura da cidade de Igarapé (MG), nesta terça-feira
Foto: Alex de Jesus / O Tempo / Futura Press
2 de julho - Manifestantes protestam contra o preço dos combustíveis durante bloqueio na BR-040, no trecho entre Juiz de Fora e Matias Barbosa próximo a divisa com o Rio de Janeiro
Foto: Ângelo Savastano / vc repórter
1º de julho - Dez rodovias mineiras estão interditadas parcial ou totalmente na tarde desta segunda-feira por conta do protesto dos caminhoneiros que reclamam do aumento do litro do óleo diesel, além de outras reivindicações
Foto: Ney Rubens / Especial para Terra
1º de julho - No trevo de Manhuaçu, entroncamento das BRs 116 e 262, região leste de Minas Gerais, o bloqueio total é engrossado por cafeicultores que reclamam, segundo eles, por melhores preços da saca do café
Foto: Ney Rubens / Especial para Terra
1º de julho - Segundo a Polícia Rodoviária Federal, nos outros pontos interditados há congestionamentos e apenas os carros de passeio e ônibus passam, utilizando apenas uma das pistas
Foto: Ney Rubens / Especial para Terra
1º de julho - De acordo com o Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Cargas de Minas Gerais (Sinditac), os protestos são por redução de impostos sobre o óleo diesel, mais segurança nas estradas e melhoria da infraestrutura viária
Foto: Ney Rubens / Especial para Terra
1º de julho - A paralisação pegou a maioria dos motoristas de surpresa
Foto: Ney Rubens / Especial para Terra
1º de julho - "É válido, mas parar a gente aqui não resolve. Deveria parar era lá em Belo Horizonte e parar políticos, eles quem deveriam ser prejudicados. Agora, parar aqui, onde não tem nada para comer nem beber, não concordo", reclamou o caminhoneiro Aloísio Forlan (de branco)
Foto: Ney Rubens / Especial para Terra
1º de julho - O representante comercial Haddad Silva planejava chegar em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, em duas horas e meia de viagem: "Não vai dar mais, o congestionamento está grande, o jeito é ler um jornal ou procurar outra coisa para passar o tempo", reclamou
Foto: Ney Rubens / Especial para Terra
1º de julho - Foi o que fez a estudante de psicologia Leticia de Fátima, que desceu do carro onde viajava com a família e levou o cão para passear: "Vamos para Juiz de Fora e está tudo parado, sol forte. Pelo menos deu para levá-lo para fazer um xixi," disse
Foto: Ney Rubens / Especial para Terra
1º de julho - "Eu ainda não abasteci em Minas Gerais, sou de Goiás, mas quando eu for abastecer sei que vou gastar R$ 100 a mais do que vinha gastando. Não tem condições, não. Tem que parar mesmo," concordou Roni Faria, também caminhoneiro
Foto: Ney Rubens / Especial para Terra
1º de julho - Motoristas parados em congestionamento em função de protestos
Foto: Ney Rubens / Especial para Terra
1º de julho - Motoristas parados em congestionamento em função de protestos
Foto: Ney Rubens / Especial para Terra
1º de julho - Motoristas parados em congestionamento em função de protestos
Foto: Ney Rubens / Especial para Terra
1º de julho - Motoristas parados em congestionamento em função de protestos
Foto: Ney Rubens / Especial para Terra
1º de julho - Motoristas parados em congestionamento em função de protestos
Foto: Ney Rubens / Especial para Terra
1º de julho - Motoristas parados em congestionamento em função de protestos
Foto: Ney Rubens / Especial para Terra
1º de julho - Manifestantes bloquearam a LMG-808 na altura do bairro Tupã, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte
Foto: Gilerth Mariano / vc repórter
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Protestos criticam a Copa e pedem melhores condições de vida pelo País
Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.
O grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Salvador, Fortaleza, Porto Alegre e Brasília.
A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.