SP: viaduto atingido por incêndio em favela é liberado parcialmente
19 set2012 - 07h46
(atualizado às 12h11)
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A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) liberou parcialmente, na manhã desta quarta-feira, o tráfego de veículos no viaduto Orlando Murgel, na região central da capital paulista. O tráfego de caminhões e ônibus ainda continua suspenso no viaduto, que pode ter sofrido um abalo estrutural após um incêndio que atingiu a favela do Moinho, localizada sob a via, na última segunda-feira.
De acordo com a CET, foram liberadas três faixas de rolamento, duas no sentido centro e uma no sentido bairro. No período da tarde, a operação será invertida e os motoristas com destino ao bairro terão duas faixas liberadas ao tráfego, e no sentido centro, apenas uma. Os motoristas devem trafegar com a velocidade reduzida no trecho.
No dia do incêndio, o major do Corpo de Bombeiros Marcelo Cesar Carnevale informou que foi constatado um colapso estrutural no Orlando Murgel. "O viaduto sofreu um colapso estrutural. Eu vi ferros aparentes e alguns escombros. Agora, os engenheiros da prefeitura vão analisar o que será feito", disse. Técnicos da prefeitura vistoriaram a estrutura e devem divulgar um laudo mais detalhado da estrutura. Não há previsão para a liberação total da via.
No momento do incêndio, a SPTrans informou que a interdição do viaduto afetou a circulação de 17 linhas que utilizam o trecho e, de acordo com a empresa, os coletivos passaram a usar desvios para poder atender aos passageiros. No sentido centro, os ônibus seguiam o trajeto normal até a ponte da Casa Verde, onde desviavam pela Marginal Tietê, seguindo pelas ruas Anhaia, Silva Pinto e Alameda Nothmann, até retornarem para avenida Rio Branco.
No sentido bairro, de acordo com a SPTrans, os veículos seguiam pela avenida Duque de Caxias, rua Mauá, viaduto General Couto de Magalhães, rua José Paulino, rua Silva Pinto, rua dos Italianos, rua Sérgio Tomás, até retornarem para a avenida Rudge.
Incêndio criminoso
Policiais do 77º DP, de Santa Cecília, prenderam na segunda-feira o suspeito de ter incendiado a favela do Moinho. Segundo a polícia, o travesti Fidelis Melo de Jesus, 37 anos, conhecido como Eliete, teve um desentendimento com seu namorado, Damião de Melo, 38 anos, no início da manhã.
Segundo a delegada Aline Martins Gonçalves, responsável pelo caso, os dois homens brigavam por problemas com drogas quando Eliete teria ateado fogo em uma camiseta com um isqueiro. "Ele (Eliete) negou a principio que tenha colocado fogo no barraco, mas quando indaguei por que não tinha lesão nenhuma, ele não soube explicar". Com a ajuda de um botijão de gás, Eliete conseguiu fazer com que o fogo atingisse seu companheiro, que morreu carbonizado.
"Na hora que derrubou o barraco as chamas se alastraram, até porque existe muita fiação precária naquele local", afirmou Aline. A vítima não conseguiu sair do barraco. Após ser reconhecido, Eliete foi preso em flagrante pela polícia no próprio PS. De acordo com a delegada, ele vai responder por homicídio qualificado e incêndio doloso, quando se tem intenção.
Foram enviadas 18 viaturas para combater as chamas e, após o controle dos focos de incêndio, foi iniciado o trabalho de rescaldo. A comunidade fica em um local de difícil acesso, entre as linhas usadas pela Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). As chamas destruíram 80 moradias e deixaram 300 pessoas desabrigadas em uma área de 2 mil m², segundo a Defesa Civil da cidade.
Em dezembro de 2011, a mesma favela foi atingida por um incêndio de grandes proporções, que deixou uma pessoa morta. Este é o 34º incêndio de grandes proporções registrado em favelas da capital paulista desde janeiro deste ano, o 68º contabilizado pelos bombeiros. Em 2008, o Corpo de Bombeiros registrou 130 ocorrências e, em 2009, 122. Já no ano de 2010, 91 incêndios foram combatidos, enquanto, em 2011, houve 79 casos registrados.
Moradores ficaram sem casa após as chamas consumirem as moradias da favela do Moinho
Foto: Gabriela Bilo / Futura Press
Moradora se desespera ao ver a destruição deixada pelo incêndio
Foto: Gabriela Bilo / Futura Press
Inscrição em uma das casas improvisadas relata a dificuldade do cotidiano na favela
Foto: Gabriela Bilo / Futura Press
Foto: Terra
Incêndio atinge a favela do Moinho, em Campos Elísios, no centro de São Paulo
Foto: Alberto Rando / Futura Press
Um incêndio atingia na manhã desta segunda-feira a favela do Moinho, localizada sob o viaduto Engenheiro Orlando Murgel, em Campos Elísios, região central de São Paulo
Foto: Adriano Lima / Terra
A comunidade fica em um local de difícil acesso, entre as linhas usadas pela CPTM
Foto: Adriano Lima / Terra
Segundo o Corpo de Bombeiros, foram enviadas 18 viaturas para combater as chamas
Foto: Adriano Lima / Terra
De longe, era possível ver a grande nuvem de fumaça formada pelo incêndio
Foto: Caio Telles / vc repórter
Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego, viaturas interditaram o viaduto que fica sobre a favela
Foto: Adriano Lima / Terra
Moradores da comunidade tentavam resgatar seus pertences
Foto: Adriano Lima / Terra
Bombeiros ajudam moradores da comunidade a salvar seus objetos pessoais
Foto: Adriano Lima / Terra
Fogo é visto pelos corredores da favela
Foto: Adriano Lima / Terra
Moradores retiram máquina de lavar de dentro de casa, enquanto as chamas começavam a ficar mais claras
Foto: Adriano Lima / Terra
Bombeiros apagam chamas; em dezembro do ano passado, a favela também sofreu um grande incêndio, que destruiu boa parte das moradias
Foto: Adriano Lima / Terra
Moradores ajudam os bombeiros a controlar as chamas
Foto: Adriano Lima / Terra
Incêndio de grandes proporções volta a atingir a comunidade
Foto: Gabriela Bilo / Futura Press
Bombeiros controlam chamas que destroem casas na favela do Moinho
Foto: Edson Junior / Terra
Moradores tentam tranquilizar senhora, nervosa com as chamas que consomem as casas da comundiade
Foto: Edson Junior / Terra
Botijões de gás são retirados das casas para evitar o risco de explosão
Foto: Edson Junior / Terra
Morador sobe no telhado para tentar apagar as chamas
Foto: Edson Junior / Terra
Fogo destrói casa, e moradores tentam apagar as chamas
Foto: Edson Junior / Terra
Moradores ajudam bombeiros a apagar o incêndio que consome a comunidade
Foto: Edson Junior / Terra
Criança é levada para longe do incêndio, onde as chamas provocam calor e fumaça
Foto: Edson Junior / Terra
Este é o 34º incêndio registrado em favelas da capital paulista desde janeiro deste ano
Foto: Anderson Teixeira / vc repórter
O viaduto sobre a favela foi interditado para o trabalho dos bombeiros
Foto: Anderson Teixeira / vc repórter
Incêndio afetou a circulação de 17 linhas que utilizam o viaduto Engenheiro Orlando Murgel
Foto: Anderson Teixeira / vc repórter
Do terminal Amaral Gurgel, era possível observar a fumaça do incêndio na favela do Moinho
Foto: Eduardo Medeiros / vc repórter
Moradora da favela observa galpão após bombeiros apagarem as chamas
Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil
Bombeiros fazem o trabalho de rescaldo na favela do Moinho
Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil
Meninos moradores do Moinho olham o trabalho dos bombeiros
Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil
Foto: Terra
Funcionários da prefeitura trabalham na assistência às vítimas do incêndio da Favela do Moinho manhã desta quarta-feira
Foto: Adriano Lima / Terra
Guardas civis metropolitanos também foram ao local onde as chamas destruíram barracos na segunda-feira
Foto: Adriano Lima / Terra
Barracos completamente destruídos pelas chamas terão de ser derrubados
Foto: Adriano Lima / Terra
O viaduto Orlando Murgel pode ter sofrido um abalo estrutural após o incêndio
Foto: Adriano Lima / Terra
Funcionário trabalha na remoção de entulhos na favela
Foto: Adriano Lima / Terra
Morador acompanha trabalho de limpeza dos funcionários
Foto: Adriano Lima / Terra
A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) liberou parcialmente, na manhã desta quarta-feira, o tráfego de veículos no viaduto Orlando Murgel