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Cidades

SP: viaduto atingido por incêndio em favela continua interditado

18 set 2012 - 07h28
(atualizado às 18h09)
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O viaduto Orlando Murgel, atingido pelo incêndio na favela do Moinho na manhã de segunda-feira, continua interditado para o tráfego de automóveis. Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), além do viaduto, continuam interditadas as avenidas Rudge, no sentido centro, junto à rua Sérgio Tomás, e Rio Branco, sentido bairro, junto à alameda Eduardo Prado. O trecho fica na região de Campos Elísios, no centro de São Paulo.

Na manhã de ontem, o major do Corpo de Bombeiros Marcelo Cesar Carnevale informou que foi constatado um colapso estrutural no Orlando Murgel. "O viaduto sofreu um colapso estrutural. Eu vi ferros aparentes e alguns escombros. Agora, os engenheiros da prefeitura vão analisar o que será feito", disse. Técnicos da prefeitura vistoriaram a estrutura e devem divulgar um laudo nos próximos dias. Não há previsão para a liberação da via.

No momento do incêndio, a SPTrans informou que a interdição do viaduto afetou a circulação de 17 linhas que utilizam o trecho e, de acordo com a empresa, os coletivos passaram a usar desvios para poder atender aos passageiros. No sentido centro, os ônibus seguiam o trajeto normal até a ponte da Casa Verde, onde desviavam pela Marginal Tietê, seguindo pelas ruas Anhaia, Silva Pinto e Alameda Nothmann, até retornarem para avenida Rio Branco.

No sentido bairro, de acordo com a SPTrans, os veículos seguiam pela avenida Duque de Caxias, rua Mauá, viaduto General Couto de Magalhães, rua José Paulino, rua Silva Pinto, rua dos Italianos, rua Sérgio Tomás, até retornarem para a avenida Rudge.

Incêndio criminoso

Policiais do 77º DP, de Santa Cecília, prenderam nesta segunda-feira o suspeito de ter incendiado a favela do Moinho. Segundo a polícia, o travesti Fidelis Melo de Jesus, 37 anos, conhecido como Eliete, teve um desentendimento com seu namorado, Damião de Melo, 38 anos, no início da manhã.

Segundo a delegada Aline Martins Gonçalves, responsável pelo caso, os dois homens brigavam por problemas com drogas quando Eliete teria ateado fogo em uma camiseta com um isqueiro. "Ele (Eliete) negou a principio que tenha colocado fogo no barraco, mas quando indaguei por que não tinha lesão nenhuma, ele não soube explicar". Com a ajuda de um botijão de gás, Eliete conseguiu fazer com que o fogo atingisse seu companheiro, que morreu carbonizado.

"Na hora que derrubou o barraco as chamas se alastraram, até porque existe muita fiação precária naquele local", afirmou Aline. A vítima não conseguiu sair do barraco. Após ser reconhecido, Eliete foi preso em flagrante pela polícia no próprio PS. De acordo com a delegada, ele vai responder por homicídio qualificado e incêndio doloso, quando se tem intenção.

Foram enviadas 18 viaturas para combater as chamas e, após o controle dos focos de incêndio, foi iniciado o trabalho de rescaldo. A comunidade fica em um local de difícil acesso, entre as linhas usadas pela Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). As chamas destruíram 80 moradias e deixaram 300 pessoas desabrigadas em uma área de 2 mil m², segundo a Defesa Civil da cidade.

Em dezembro de 2011, a mesma favela foi atingida por um incêndio de grandes proporções, que deixou uma pessoa morta. Este é o 34º incêndio de grandes proporções registrado em favelas da capital paulista desde janeiro deste ano, o 68º contabilizado pelos bombeiros. Em 2008, o Corpo de Bombeiros registrou 130 ocorrências e, em 2009, 122. Já no ano de 2010, 91 incêndios foram combatidos, enquanto, em 2011, houve 79 casos registrados.

Terra

Colaborou com esta notícia o internauta Caio Telles, de Sorocaba (SP), que participou do vc repórter, canal de jornalismo participativo do Terra. Se você também quiser mandar fotos, textos ou vídeos, clique aqui.

Fonte: Terra
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