PUBLICIDADE

Trânsito

SP: atropelador de ciclista que perdeu braço irá para prisão em Osasco

11 mar 2013 - 15h28
(atualizado às 15h50)
Compartilhar
Exibir comentários
<p>O motorista que atropelou o ciclista esconde o rosto ao chegar ao 78º DP com o advogado, no domingo</p>
O motorista que atropelou o ciclista esconde o rosto ao chegar ao 78º DP com o advogado, no domingo
Foto: Luiz Claudio Barbosa / Futura Press

O motorista que atropelou um ciclista na madrugada de domingo, na avenida Paulista, deve ser encaminhado ao Centro de Detenção Provisória (CDP) de Osasco, na Grande São Paulo. O estudante de psicologia Alex Siwek, 22 anos, passou a última noite na cadeia do 2º DP, no bairro de Bom Retiro, e aguarda uma vaga para ser levado ao CDP de Osasco. O ciclista atropelado por ele, o limpador de vidros David Santos Souza, 21 anos, teve um dos braços amputado no acidente e segue internado no Hospital das Clínicas de São Paulo.

Veja os desafios que os ciclistas enfrentam nas cidades

Após a colisão, que ocorreu na ciclofaixa da via, o motorista não prestou socorro à vítima e fugiu. Posteriormente, ele se apresentou à polícia confessando ter se livrado do braço do ciclista em um rio na avenida Ricardo Jafet e foi preso em flagrante. O estudante mostrava sinais de que havia consumido álcool e se recusou a fazer o teste do bafômetro, segundo a polícia. Ele será autuado por quatro crimes: tentativa de homicídio com dolo eventual, fuga do local do acidente, embriaguez ao volante e tentativa de fraude processual (por ter descartado o braço da vítima).

David passou por cirurgia, e o hospital não tem previsão de quando ele terá alta médica. Segundo o delegado Luiz Francisco Cegantin, no momento do acidente, a ciclofaixa da Paulista não estava montada oficialmente, mas já tinha sinalização. Cegantin também informou que o estudante de psicologia andava em zigue-zague, entrando e saindo da faixa dos ciclistas, como se estivesse brincando.

O fato de Alex ter se apresentado à polícia voluntariamente não trará nenhum benefício a ele, segundo o delegado. Testemunhas ouvidas relataram ainda que o condutor dirigia em alta velocidade, cortava o trânsito em um Honda Fit prata e havia ingerido bebidas alcoólicas - o que foi confirmado pelo carona do veículo, em depoimento à polícia. O suspeito fez exames clínicos, mas se negou a fazer o teste do bafômetro.

De acordo com o subtenente Jaime de Souza Melo, um dos responsáveis pela ocorrência, Alex estava transtornado ao chegar a um posto policial do bairro Saúde - onde confessou, cerca de uma hora depois do atropelamento, o que havia ocorrido. "Me prende, eu atropelei uma pessoa", dizia ele aos policiais, segundo o oficial. Ele se dispôs a fazer o trajeto que percorrera com os policiais, com o objetivo de procurar o braço do ciclista, mas acabou confessando ter jogado o membro da vítima no rio.

O motorista contou aos policiais que, após o atropelamento, deixou um amigo que estava com ele em casa, jogou o braço no rio, foi para casa e só depois se dirigiu ao posto policial. O estudante afirma que a parte amputada do corpo do ciclista caiu acidentalmente dentro do carro. A defesa do estudante alega que ele não prestou socorro à vítima com medo de ser agredido.

Protesto na avenida Paulista

Nesta segunda-feira, a avenida Paulista amanheceu com cartazes e pichações em protesto contra o atropelamento do ciclista. Em um dos postes do canteiro central da via, foram afixados cartazes que classificam as ações do motorista de "covardia" e questionam "por que viramos monstros no trânsito?". No asfalto da pista sentido Paraíso, os manifestantes picharam a frase "omissão mata". No sentido contrário, os motoristas foram confrontados com uma pergunta: "você chama isso de fatalidade?".

Fonte: Terra
Compartilhar
Publicidade
Publicidade