SP: após protesto em Santos, Anchieta registra 27 km de congestionamento
Um protesto de caminhoneiros que bloqueou nesta segunda-feira o Viaduto Alemoa, no município de Santos (SP), que dá acesso à região portuária, provocou congestionamento na Via Anchieta desde a região da serra. Segundo a Ecovias, concessionária que administra o Sistema Anchieta-Imigrantes, às 21h45 ainda havia 27 quilômetros de lentidão, entre os quilômetros 37 e 64 da rodovia, como reflexo do protesto. A Ecovias implantou a operação descida por duas pistas da Anchieta.
Protesto contra aumento das passagens toma as ruas do País; veja fotos
Protestos por mudanças sociais levam milhares às ruas em todo o País
A retenção atingia também a interligação, sentido litoral, entre os quilômetros 2 e 1. As rodovias Cônego Domênico Rangoni e Imigrantes também foram afetadas pela manifestação, mas já tiveram o tráfego normalizado.
Segundo a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), os caminhoneiros que fizeram o protesto ficaram do lado de fora do porto com os caminhões parados impedindo a entrada de veículos no local. De acordo com a companhia, eles protestavam contra a lei que permite a cobrança de pedágio pelos eixos suspensos dos veículos, que passou a ter validade a partir de ontem.
Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.
A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.
O grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Salvador, Fortaleza, Porto Alegre e Brasília.
A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.