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Trânsito

RS: caminhoneiro morre após furar bloqueio de manifestantes

Segundo Polícia Rodoviária Federal, 10 pessoas foram presas durante protestos

4 jul 2013 - 03h15
(atualizado às 09h50)
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Caminhoneiro morreu pouco depois de furar um bloqueio de manifestantes na rodovia BR-116, no Rio Grande do Sul
Caminhoneiro morreu pouco depois de furar um bloqueio de manifestantes na rodovia BR-116, no Rio Grande do Sul
Foto: PRF/RS / Divulgação

Um caminhoneiro de 44 anos morreu pouco depois de furar um bloqueio de manifestantes na rodovia BR-116, próximo a Camaquã, no sul do Rio Grande do Sul. O incidente ocorreu às 19h45 de quarta-feira, no km 420,7 da rodovia. 

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De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), Renato Lange Kranlow foi obrigado a parar em um posto de gasolina em Cristal (RS) por causa do protesto. Ele discutiu com manifestantes, que apedrejaram o caminhão e o agrediram. O motorista então foi até uma viatura da PRF que estava no local pedir ajuda para registrar um boletim de ocorrência. Kranlow e outros dois caminhoneiros seguiram então em direção a Camaquã acompanhados pela viatura policial. 

<p>Objeto arremessado de fora atingiu o pesco&ccedil;o do motorista</p>
Objeto arremessado de fora atingiu o pescoço do motorista
Foto: PRF/RS / Divulgação

No trajeto, a cerca de sete quilômetros onde houve a confusão, Kranlow foi atingido no pescoço por um objeto que atravessou o para-brisa. Ele não resistiu e morreu no local. A PRF suspeita que o objeto tenha sido arremessado por alguém que estava escondido no mato ou por outro veículo que passou pelo caminhão. 

Desde ontem, 10 manifestantes já foram presos. Dois foram detidos por jogar pedras na polícia, dois por atear fogo em pneus e seis flagrados arremessando pedras em outros caminhões.

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Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Fonte: Terra
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