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Trânsito

RJ: testemunhas relatam acidente que matou 4 na Linha Amarela

Passarela desabou após caçamba de caminhão bater em estrutura

28 jan 2014 - 16h08
(atualizado às 16h12)
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<p>Caminhão derrubou passarela na Linha Amarela e deixou mortos e feridos na manhã desta terça-feira no Rio </p>
Caminhão derrubou passarela na Linha Amarela e deixou mortos e feridos na manhã desta terça-feira no Rio
Foto: Marcio Cassol / Futura Press

Moradores de comunidades à beira da Linha Amarela, na zona norte do Rio de Janeiro, testemunharam, nesta terça-feira, o acidente que provocou o desabamento de uma passarela e esmagou carros. Pelo menos quatro pessoas morreram e cinco ficaram feridas.

Residente na Comunidade Cardim, Luís Felipe Silva de Lima, acordou com o estrondo. Ele correu para verificar o ocorrido e se deparou com uma vítima que caiu da passarela e foi parar no valão. Ele conta que os moradores rapidamente providenciaram uma corda para tirar a pessoa dos escombros.

"Quando cheguei para ver perto do rio, tinha um cara lá, com a cabeça dentro da água, tentando tirar, mas passou pelo menos uns cinco minutos submerso. Descemos com uma corda, rasgamos a mão toda, e botamos ele em cima de uma pilastra dos escombros, mas como o resgate não chegava ele não resistiu. A gente não sabia mais o que fazer", contou.

Veja momento em que carreta derruba passarela no Rio:

A preocupação dele é com o tráfego intenso entre as comunidades dos dois lados da pista, da Favela do Rato - ou Águia de Ouro - e Cardim. "Se fosse durante o período de escola, teria muito mais vítima entre os mortos", reforçou Luís Felipe.

O gari Ricardo Guilherme dos Santos também foi um dos primeiros a chegar ao local. "Estava no posto e, primeiro, ouvi o estrondo. Achei que uma casa tinha desabado, quando vi que não era isso, a gente correu para a beira da pista, arrebentou os painéis - que separam a pista da comunidade - e vimos a gravidade do acidente. Tentamos acalmar os sobreviventes dentro do carro", disse. Segundo ele, no banco de carona de um dos carros, uma passageira estava parcialmente consciente.

Demora no socorro

Na tentativa de apressar o socorro, Patricia Rodrigues, dona de uma venda próxima da pista, ligou imediatamente para os bombeiros para alertar sobre o desabamento e informar sobre as vítimas. Para ela, o socorro demorou. "Ninguém da Lamsa (concessionária que administra a via) estava no local", disse. Nós fomos os primeiros a chegar e ligar para o socorro", completou. 

"Tem um (batalhão do) Corpo de Bombeiros no Méier, muito perto, mas acho que pelos reflexos do trânsito, eles não conseguiram chegar. O pessoal ficou com as vítimas, tentando tirar as pessoas do valão e verificar se os demais, dentro dos carros, estavam vivos. Era uma situação de guerra, com fumaça e escombros", relatou Patrícia.

Os moradores reclamam das condições estruturais da passarela, que consideram muito frágil, e lembram que, recentemente, durante a construção de um supermercado, uma viga esbarrou na estrutura e deslocou a passarela. "Tinha que ser mais forte, ter uma sustentação para não desabar inteira. Se cair, cair pelo menos uma parte - de um lado da via - e não toda. Era previsível”, disse Patrícia.

Alta velocidade

Para quem mora na região, a Lamsa também teve participação no acidente, porque demorou a enviar o socorro e não alertou o motorista do caminhão que, segundo eles, trafegava em alta velocidade com a caçamba suspensa. "Eles estava em alta velocidade, com a caçamba elevada por vários quilômetros", ressaltou Maurício Francisco, representante da associação de moradores. A associação alega ter um vídeo, feito por um motociclista, do caminhão com a caçamba suspensa desde o pedágio, até uma passarela, um trecho equivalente a dois quilômetros.

Vídeo mostra destruição após carreta derrubar passarela na Linha Amarela:

O prefeito Eduardo Paes destacou que a prioridade é o resgate e o atendimento das vítimas. “Especula-se que a caçamba tenha se levantado sem o motorista saber”, disse. Perguntado sobre a procedência do caminhão, se prestava ou não a serviço da prefeitura, Paes não soube informar, mas a assessoria de imprensa divulgou que o caminhão não estava a serviço do órgão.

Equipes de resgate ainda trabalham no local e removem, neste momento, os restos do caminhão, por meio de um guincho.

Agência Brasil Agência Brasil
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