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Trânsito

Protesto contra reintegração fecha rodovia pelo 2º dia na Grande BH

29 out 2013 - 10h37
(atualizado às 12h53)
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Moradores protestam em rodovia da região metropolitana de Belo Horizonte (MG) contra a ordem de despejo de um terreno
Moradores protestam em rodovia da região metropolitana de Belo Horizonte (MG) contra a ordem de despejo de um terreno
Foto: Cristiane Mattos / Futura Press

Pelo segundia dia consecutivo, manifestantes fecharam a rodovia LMG-808 na altura do bairro Darci Ribeir, entre as cidades de Contagem e Esmeraldas, na região metropolitana de Belo Horizonte, em Minas Gerais. Segundo a Polícia Militar (PM), que acompanha o protesto, 300 pessoas participam do ato desde as 7h desta terça-feira. 

Os manifestantes são moradores do bairro Tupã, em Contagem, e protestam contra a reintegração de posse de um terreno particular ocupado por cerca de 150 famílias. O proprietário do terreno invadido ganhou na Justiça, por meio de liminar, o direito de reintegração, que será executado pela Polícia Militar. A prefeitura de Contagem informou que prestará toda a assistência às famílias.

Os policiais negociam com representantes da comunidade para que não ocorra confusão, mas alguns moradores disseram que não vão sair com facilmente do terreno. Estão no local o secretário de Defesa Social de Contagem, José Rodrigues, o procurador Paulo César da Silva e o assessor da Procuradoria Luciano Novaes. Uma equipe da secretaria de Desenvolvimento Social e Habitação faz uma triagem das famílias que não têm para onde ir. 

A prefeitura informou que a área invadida pertence a uma Área de Proteção Ambiental (APA) e coloca em risco a lagoa Vargem das Flores, que abastece mais de 400 mil famílias da região metropolitana de Belo Horizonte, e está uma Área de Preservação Permanente (APP).

As invasões provocaram diversas queimadas no local, abriram uma grande área de desmatamento e provocaram assim, o desequilíbrio ecológico, com o risco de assoreamento e poluição da lagoa. A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social e Habitação já fez um cadastro social das famílias para a inclusão no programa de moradia, sendo que apenas 80 aderiram ao programa.

Protesto na BR-040

Na BR-040 outro grupo de sem-teto formado por cerca de 400 pessoas interditou a rodovia nos dois sentidos na altura da Centrais de Abastecimento de Minas Gerais S.A. (Ceasaminas), também em Contagem. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), os manifestantes queimaram pneus e móveis para também reivindicar o não cumprimento de uma medida judicial que determinou a reintegração de posse da área, que pertence à Ceasa. 

Em nota, a Ceasaminas disse que vem tomando todas as medidas legais cabíveis para solucionar a invasão de uma área pertencente à empresa, ocorrida na madrugada do último dia 12, e que aguarda o cumprimento da decisão judicial pela Polícia Militar de Minas Gerais. Além disso, a Ceasaminas já ajuizou e aguarda decisão sobre uma ação que visa proteger as áreas ainda não ocupadas de eventuais invasões. Ainda de acordo com o comunicado, a área ocupada integra o projeto de expansão da central de abastecimento, o qual prevê a implantação de novos empreendimentos comerciais. 

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus. A mobilização surtiu efeito e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas – o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritiba,
SalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. "Essas vozes precisam ser ouvidas", disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Fonte: Especial para Terra
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