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Rio: governo, engenheiros e moradores discutem novos bondes

1 jun 2012 - 14h46
(atualizado às 14h58)
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Associação de Moradores de Santa Teresa (Amast), Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro (Crea-RJ), e Secretaria de Estado da Casa Civil se reuniram nesta quinta-feira para discutir o processo de licitação dos novos bondes que circularão no bairro. Amast e Crea-RJ, suportados pelo Sindicato e Clube de Engenheiros, são contra a realização da licitação na próxima segunda-feira.

Novos bondes abrigarão no máximo 24 passageiros
Novos bondes abrigarão no máximo 24 passageiros
Foto: Divulgação

No dia 24 de fevereiro o governo do Rio de Janeiro anunciou um projeto de reestruturação do sistema de bondes de Santa Teresa que incluía, além da compra de novos bondes, a troca dos trilhos, dos sistemas elétricos aéreos e a da subestação elétrica. Com exceção dos novos veículos, todas as licitações foram suspensas por ordem judicial. O Crea pede o adiamento por, pelo menos, três meses da licitação, para que as empresas possam elaborar um projeto básico, o que seria essencial. Já a Amast contesta a validade do documento, segundo eles, com muitas irregularidades.

A juíza Maria Paula Galhardo, da 4ª Vara da Fazenda Pública, havia suspendido também a licitação dos novos veículos por falta de projeto básico e executivo; além de não corresponder aos critérios de tombamento do bonde, realizado no início de abril pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). No entanto o desembargador Elton Leme, titular da 17ª Câmara Cível, cassou a liminar suspensiva, argumentando que não haveria indícios de que a lei esteja sendo infringida, uma vez que o processo se refere apenas à compra de novos bondes, não envolvendo realização de obras e serviços.

"Ele nem sequer comentou os nossos documentos técnicos. Bonde não se encontra em prateleira, é preciso fazer um projeto básico para Santa Teresa, senão eles estarão repetindo o mesmo erro de quatro anos atrás. E o desembargador não considerou isso", afirmou Elzbieta Mitkiewicz, representante da Amast na reunião. Segundo o engenheiro Luiz Antonio Cosenza, do Crea-RJ, em 2009 uma professora morreu em um acidente em um bonde na época novo. "Aquele bonde não era seguro. Foram feitos sem um projeto, e agora os sete comprados na época estão na garagem.

Pelos desenhos apresentados pelo governo, realizado com consultoria da empresa portuguesa Carris, os novos bondes seriam menores, fechados na lateral por policarbonato, mas não fugiriam das características históricas. "O que eles querem é um micro-ônibus. O que nós estamos defendendo, com provas técnicas, é que é possível fazermos bondes seguros sem alterá-los. Eles funcionaram por 110 anos, enquanto o último projeto deles durou quatro", rebateu Elzbieta.

Para Cosenza, o ideal seria um processo licitatório para um projeto básico e, uma vez aprovado esse projeto, uma nova licitação com preços. Segundo ele, só assim o governo teria um produto com a segurança e preço satisfatórios. Consultada, a Casa Civil afirmou que irá analisar os documentos apresentados e definiria uma posição, o que não havia sido feito até as 14h desta sexta-feira.

Fonte: Terra
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