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Trânsito

Atropelado por filho de Eike não atravessava a via, diz advogado

18 mar 2012 - 17h37
(atualizado às 18h26)
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Giuliander Carpes
Direto do Rio de Janeiro

Causou indignação à família de Wanderson Pereira dos Santos, 30 anos, a nota divulgada pelo Grupo EBX, de Eike Batista, assegurando que o homem atropelado pelo filho do maior bilionário do País atravessava a rodovia Washington Luis no momento do acidente. "Basta ver as fotos e o local do atropelamento para perceber que ele estava no mesmo lado da pista em que mora", afirmou o advogado da família da vítima, Kleber Carvalho.

Wanderson foi enterrado na tarde deste domingo no cemitério de Xerém, no Rio
Wanderson foi enterrado na tarde deste domingo no cemitério de Xerém, no Rio
Foto: Giuliander Carpes / Terra

O advogado também não entendeu por que Thor Batista, 20 anos, não foi levado para a delegacia após o acidente - ele marcou seu depoimento para a quinta-feira. "O procedimento comum seria levá-lo para a DP, pegar um depoimento inicial e aí definir se era caso de homicídio culposo (quando não há intenção de matar) ou doloso. Como ele vai depor só quinta, sobra muito tempo para trabalhar no depoimento", disse Carvalho.

Testemunhas serão ouvidas durante esta semana na 61ª DP (Xerém). O advogado da família da vítima acredita que já há informações e provas para que Thor seja responsabilizado criminalmente pelo atropelamento.

O Grupo EBX, de Eike Batista, divulgou nota em que lamenta o acidente e afirma que o filho de Eike, além de ter prestado auxílio à vítima, não trafegava acima da velocidade estabelecida. Segundo a nota, Wanderson "atravessava, inadvertidamente", a estrada onde ocorreu o incidente.

Vizinho de vítima: Thor atropelou no acostamento

Um vizinho da vítima que diz ter presenciado o acidente afirmou que Wanderson foi atropelado no acostamento da Washington Luís. "Quando corri para ver, já tinha acontecido. Ele (Santos) estava fora da estrada, foi atingido no acostamento da esquerda", disse o montador José da Silva, segundo o qual Thor entrou com seu Mercedes SLR McLaren no acostamento para desviar de um ônibus.

O montador foi uma das cerca de 100 pessoas que acompanharam neste domingo o enterro de Wanderson no cemitério de Xerém. O vizinho disse que a colisão foi muito forte, sendo que o rosto da vítima ficou desfigurado, e parte de seu corpo permaneceu presa à bicicleta.

O caso foi registrado como homicídio culposo, quando não há a intenção de matar. A Mercedes SLR McLaren acelera de 0 a 100 km/h em 3,8 segundos e tem velocidade máxima de 334 km/h, conforme o fabricante. De acordo com o inspetor do Instituto de Criminalística Carlos Éboli, da Polícia Civil, o filho de Eike chegou a deixar o local, mas acabou retornando. Depois de ver o corpo do auxiliar atropelado, Thor passou mal. De acordo com policiais da 61ª DP de Xerém, que registraram o caso, Thor fez o teste do bafômetro, que comprovou que ele não havia ingerido álcool.

Fonte: Terra
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