Cidade de GO suspende aulas após acidente que matou 9 alunos
Foram suspensas até a próxima segunda-feira as aulas em Montividiu (GO), a 283 km de Goiânia, onde um acidente na GO-174, sobre a ponte do rio Verdão, envolvendo um ônibus escolar e uma carreta carregada de soja, deixou 13 mortos na segunda-feira, sendo nove delas crianças e adolescentes de 4 a 16 anos de idade. Cerca de 30 pessoas ficaram feridas e sete permanecem internadas. Duas, em estado grave. A prefeitura decretou luto oficial de três dias.
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"Foi uma tragédia, a cidade está toda parada. Ninguém consegue acreditar no que aconteceu. Tinha sido um dia tão feliz, as crianças estavam empolgadas, as mães estavam junto, felizes. E aí acontece essa fatalidade. Estamos todos chocados, ainda não caiu a ficha", disse a secretária municipal de Educação, Jalmira Ghaner. Montividiu tem 10 mil habitantes.
O enterro, de forma coletiva, acontece na tarde de hoje na paróquia localizada no centro da cidade. Na madrugada, os Bombeiros e a Polícia Militar precisaram intervir para deixar as ambulâncias com os feridos chegarem no hospital municipal de Montividiu. Centenas de pessoas tumultuavam a entrada da unidade de saúde, em busca de informações.
Nesta terça-feira, a Polícia Civil começou a investigar a causa do acidente. Por enquanto, o que se sabe, com base nos testemunho das vítimas e de um caminhoneiro, é que uma carreta que descia a ladeira em direção à ponte, na pista rumo a Montividiu, perdeu o controle e para não bater no caminhão em frente, entrou na pista contrária, onde seguia o ônibus.
Não se sabe ainda porque o motorista da carreta, identificado como José Martins dos Anjos, 56 anos, não conseguiu frear ou voltar para a pista certa. Ele chegou a bater no caminhão antes de entrar na frente do ônibus.
O coletivo, dirigido por Lázaro Mendonça Cunha, 60 anos, estaria na velocidade permitida para o trecho. Já o motorista da carreta, acima dos 80 km/h. Um laudo, que deve ficar pronto em um mês, vai apontar se a carreta estava com problemas nos freios, como suspeitam os agentes da PRE.
Doze pessoas morreram na hora. O motorista do ônibus, o da carreta, a mãe de um dos alunos, três adolescentes e seis crianças. Três das vítimas fatais eram irmãos: Alessandra Ribeiro Bonfim, 7 anos, Eridan, 6 anos, e Vilmara, 4 anos. Foi a primeira vez que a mais nova foi a uma escola. Na manhã de hoje, o poder público desmentiu as informações repassadas ontem, ainda durante os trabalhos de resgate, de que o número de mortes chegava a 14 e que, entre as vítimas fatais, estariam a mulher do caminhoneiro e duas filhas do casal.
De acordo com o sargento Ademar Martins, que coordenou os trabalhos de resgate no acidente, outra criança morreu na madrugada desta terça em um hospital de Rio Verde. Ele não soube precisar quem. "Parece que foi uma criança que havia sido levada para o hospital por pessoas que passavam no local, não foi resgatada pela gente ou pelo Samu", disse.
O trabalho de resgate no local durou até as 2h. "Foi um acidente feio. Tinha soja espalhada por toda a ponte, crianças presas nas ferragens, na pista, gente gritando, mães chorando", afirmou o sargento Afonso Macedo, da Polícia Rodoviária Estadual (PRE), que esteve no local e foi um dos primeiros a prestar socorro.
Ainda não se sabe o número oficial de feridos. Alguns foram resgatados por motoristas que estavam no local. Como era o primeiro dia de aula na rede pública, a Secretaria Municipal de Educação não tinha uma lista com o nome de todos os alunos que usaram o transporte escolar. Além disso, havia muitas mães no ônibus. Oficialmente, a prefeitura fala em 29 feridos.
Estariam ainda internados em hospitais de Rio Verde sete feridos. Duas crianças estariam em estado grave na UTI do Hospital Evangélico da cidade. Seria uma menina de 11 anos, que respira com ajuda de aparelhos, e um menino de 10 anos. Em Montividiu, ficaram só os pacientes com ferimentos leves. Todos já foram liberados.
Uma equipe do Corpo de Bombeiros da cidade vizinha de Rio Verde começou hoje de manhã as buscas por uma suposta criança que teria caído no Rio Verdão após o choque entre os veículos. Eles já teriam percorrido 3 km do leito, além de vistoriado as margens do rio e embaixo da ponte.
"Recebemos a informação de que havia uma criança desaparecida, mas a secretaria ainda não confirmou. Então, por garantia, estamos fazendo uma varredura na área", disse o sargento Ademar Martins, que coordenou os trabalhos de resgate no acidente.
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