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Trânsito

Após 2 atropelamentos em 24h, ciclistas protestam no RJ

Amigos do ciclista Pedro Nicolay, morto ao ser atingido por um ônibus nesta terça-feira, vestiram-se de preto e protestaram contra a violência no trânsito

1 mai 2013 - 15h22
(atualizado às 15h35)
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Durante o protesto, o grupo de ciclistas saiu do Posto 11, no Leblon, e pedalou até o Posto 8, em Ipanema. No local, eles deixaram uma 'bike fantasma'
Durante o protesto, o grupo de ciclistas saiu do Posto 11, no Leblon, e pedalou até o Posto 8, em Ipanema. No local, eles deixaram uma 'bike fantasma'
Foto: Ale Silva / Futura Press

Em um clima de comoção, amigos do ciclista Pedro Nicolay, 31 anos, morto ao ser atingido por um ônibus nesta terça-feira, vestiram-se de preto e protestaram contra a violência no trânsito pela orla das praias da zona sul do Rio de Janeiro, nesta quarta-feira. 

A manifestação ocorreu na orla de Leblon e Ipanema nesta manhã, ao mesmo tempo em que outro ciclista era atropelado, desta vez na praça da Bandeira. No segundo acidente, Alberto da Silveira Júnior, de 40 anos, sofreu uma fratura na perna direita e escoriações na cabeça.

Os dois casos, separados por menos de 24h, guardam semelhanças: as duas vítimas são triatletas e treinavam para competições. Em ambos os casos, os motoristas fugiram sem prestar socorro aos atropelados. 

Durante o protesto, o grupo de ciclistas saiu do Posto 11, no Leblon, e pedalou até o Posto 8, em Ipanema, no cruzamento onde Pedro Nicolay foi atropelado por um ônibus. No local, eles colocaram as bicicletas no chão, rezaram e deixaram uma "bike fantasma" como símbolo do apelo por um trânsito menos violento.

O corpo de Nicolay foi velado na manhã desta quarta-feira, no Memorial do Carmo, no Caju, na Zona Portuária. Ele será cremado às 15h, no mesmo local.

Esposa de vítima: ‘ciclista fica à mercê dos veículos’

A mulher de Alberto da Silveira Júnior, atropelado por um carro na manhã desta quarta, criticou a falta de educação no trânsito. Para Denise Charpenel, de 44 anos, que também é triatleta amadora, a cidade não está preparada para dar condições de treinamento para seus atletas, especialmente os ciclistas.

"Acho que o Rio de Janeiro não está preparado para atender seus atletas. E a consciência de respeitar o ciclista não existe. Pelo próprio Código Nacional de Trânsito o ciclista é um veículo e tem que estar andando na via junto com carros, não pode andar na calçada. E como não existem ciclovias, ele fica à mercê dos veículos", criticou.

Silveira Júnior foi levado consciente ao Hospital Municipal Souza Aguiar e passa bem, segundo Denise.

Prefeitura cobrará responsáveis

Depois de dois acidentes envolvendo ciclistas em menos de 24h, ambos com motoristas fugindo sem prestar socorro, a prefeitura decidiu endurecer sua postura na cobrança de responsáveis. De agora em diante, se a empresa insistir em negar passar o nome do motorista envolvido em acidentes primeiro receberá uma advertência, que pode culminar na cassação da linha.

Segundo a polícia, o motorista que dirigia o carro passou a noite bebendo com amigos em uma festa.

Este ano, de janeiro a março, houve 53 atropelamentos de ônibus no Estado do Rio de Janeiro, número que chegou a 51 no mesmo período de 2012. Em 2012, foram registradas 220 vítimas. 

Jornal do Brasil Jornal do Brasil
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