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Aplicativo Uber opera em Porto Alegre a partir desta 5ª

Sistema de caronas pagas vem dividindo opiniões na Capital gaúcha

19 nov 2015 - 18h32
(atualizado às 18h35)
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Motorista do Uber, que não quis ser identificado
Motorista do Uber, que não quis ser identificado
Foto: Bibiana Borba / Divulgação

O serviço Uber, que oferece o sistema de carona paga através de aplicativos para telefones móveis, passou a operar nesta tarde em Porto Alegre. A exemplo do que já ocorreu em outras cidades brasileiras, a novidade vem dividindo opiniões, uma vez que seria ilegal e estaria ferindo a legislação vigente para o transporte coletivo. Na prática, não foi necessário esperar mais do que dez minutos para que um carro viesse atender aos chamados de quem solicitava o serviço.

O relato do motorista Diego*, que dirige um volkswagen Bora, reforçou a teoria de que o Uber quer trazer conforto ao usuário. Atendendo pelo menos duas corridas solicitadas pela imprensa da cidade, ofereceu água, abriu as portas do carro e relatou o funcionamento do serviço. Conforme ele, o Uber é uma forma de complementar a renda: “eu sou taxista aqui em Porto Alegre, mas resolvi me cadastrar no Uber para faturar mais”.

Questionado se o fato de estar no Uber não renderia represálias dos colegas legalizados, o motorista ressaltou que “os taxistas vão entender que não se perde com o aplicativo”. Segundo ele, mesmo com a contrariedade do sindicato, mais da metade dos interessados em operar o serviço em Porto Alegre já atuam como motoristas de táxi. Ao final da corrida, abriu novamente as portas para as passageiras e finalizou a corrida já com novas solicitações à espera.

Conforme Bibiana Borba, jornalista, o serviço foi muito bem executado e passou segurança. A corrida feita pela jornalista custou R$ 15, quando o trajeto equivalente custa R$ 18 se feito com o táxi comum. Ela diz: “voltarei a usar, sem dúvida. Senti confiança com o Uber e a experiência foi muito positiva”.

Os órgãos públicos pensam diferente. Conforme o diretor-presidente da Empresa Pública de Transportes e Circulação de Porto Alegre, Vanderlei Capelari, “eles (Uber) são imperialistas. Chegam, invadem e depois querem pedir licença. Eles não seguem nenhum tipo de regra ou de legislação, e querem explorar um serviço de transporte de passageiros levando todos os recursos embora da cidade.” A EPTC garantiu que não fará qualquer tipo de fiscalização especial para o Uber mas reforçou, no entanto, que atenderá a todas as denúncias que chegarem ao órgão.

Luiz Nozário, presidente do sindicato dos taxistas
Luiz Nozário, presidente do sindicato dos taxistas
Foto: Divulgação

O presidente do sindicato dos taxistas, Luiz Nazari, garantiu que não é inimigo do serviço, mas ressalta a necessidade de uma legislação que atenda a todos. Conforme Nazari, se a população de Porto Alegre quiser o serviço, os taxistas irão acatar. “O que não pode é ter lei para nós e não ter lei para eles”, reforçou.

Através de nota, a prefeitura de Porto Alegre afirmou que “está e sempre esteve aberta às novas tecnologias e a novos serviços que venham facilitar a vida de seus cidadãos”, mas reitera que houve rompimento unilateral nas negociações com o Uber. Ainda assim, o executivo reforça sua disposição “ao diálogo e à busca de alternativas de regulamentação”.

Já a câmara de vereadores de Porto Alegre prevê votar na semana que vem o projeto de lei que proíbe o uso de aplicativos destinados ao serviço de transporte de passageiros em veículos particulares na capital.

* O motorista preferiu usar nome fictício para a reportagem

Fonte: Especial para Terra
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