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Trânsito

Acidente em protesto de caminhoneiros deixa 4 mortos na Bahia

4 jul 2013 - 15h14
(atualizado em 8/7/2013 às 14h49)
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<p>Protesto aconteceu tamb&eacute;m na cidade mineira de Divisa Alegre, a cerca de 40 quil&ocirc;metros&nbsp;de C&acirc;ndido Sales</p>
Protesto aconteceu também na cidade mineira de Divisa Alegre, a cerca de 40 quilômetros de Cândido Sales
Foto: Helio Antunes / vc repórter

Quatro pessoas morreram em um acidente envolvendo uma van e um caminhão na madrugada desta quinta-feira, na cidade de Cândido Sales (a 595 quilômetros de Salvador), na Bahia. Segundo a Polícia Rodoviária Federal, o motorista da van não viu o bloqueio provocado por um protesto de caminhoneiros e bateu violentamente em ema das carretas paradas na BR-116.

Protesto contra aumento das passagens toma as ruas do País; veja fotos
Protestos por mudanças sociais levam milhares às ruas em todo o País

Quatro ocupantes da van morreram na hora, outros seis ficaram feridos e foram socorridos para hospitais da região. O motorista do caminhão nada sofreu.

Os protestos desta quinta-feira na BR-116 na região não se limitaram à Bahia. A cerca de 40 quilômetros de Cândido Sales, em Divisa Alegre (MG), dezenas de manifestantes queimaram objetos e interditaram o trânsito na via durante período da manhã. Apesar da movimentação, a Polícia Rodoviária Federal de Minas Gerais não registrou a ocorrência. 

Morte no Rio Grande do Sul

Na noite de ontem, um caminhoneiro de 44 anos morreu pouco depois de furar um bloqueio de manifestantes na rodovia BR-116, próximo a Camaquã, no sul do Rio Grande do Sul. O incidente ocorreu às 19h45, no quilômetro 420,7 da rodovia.

De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), Renato Lange Kranlow foi obrigado a parar em um posto de gasolina em Cristal (RS) por causa do protesto. Ele discutiu com manifestantes, que apedrejaram o caminhão e o agrediram. O motorista então foi até uma viatura da PRF que estava no local pedir ajuda para registrar um boletim de ocorrência. Kranlow e outros dois caminhoneiros seguiram então em direção a Camaquã acompanhados pela viatura policial.

No trajeto, a cerca de sete quilômetros onde houve a confusão, Kranlow foi atingido no pescoço por um objeto que atravessou o para-brisa. Ele não resistiu e morreu no local. A PRF suspeita que o objeto tenha sido arremessado por alguém que estava escondido no mato ou por outro veículo que passou pelo caminhão.

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Colaborou com esta notícia o internauta Helio Antunes, de Divisa Alegre (MG), que participou do vc repórter, canal de jornalismo participativo do Terra. Se você também quiser mandar fotos, textos ou vídeos, clique aqui.

Fonte: Terra
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