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Trânsito

'Não é fatalidade', diz amiga de ciclista atropelada na Paulista

2 mar 2012 - 17h21
(atualizado às 17h30)
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Apesar de ver, nos últimos meses, um respeito maior entre os ciclistas e os motoristas nas ruas de São Paulo, principalmente na mais conhecida avenida paulistana, a fotógrafa e ciclista Laura Sobenes não acredita que o atropelamento da bióloga Juliana Ingrid Dias por um ônibus, na manhã desta sexta-feira, tenha sido inevitável. "Não é fatalidade. A fatalidade é quando não dá para evitar. O atropelamento dá para evitar. É uma questão de o motorista ser atento", afirmou ao Terra.

Um grupo de ciclistas realizou uma manifestação na avenida Paulista horas após o atropelamento
Um grupo de ciclistas realizou uma manifestação na avenida Paulista horas após o atropelamento
Foto: Oslaim Britto / Futura Press

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Nesta tarde, Laura e amigos ciclistas da bióloga estavam reunidos para organizar uma manifestação às 19h, com pedalada saindo da praça do Ciclista até o local do atropelamento. Na avenida Paulista, será colocada uma ghost bike - bicicleta pintada de branco que ciclistas usam para homenagear os colegas mortos no trânsito. Conforme Laura, apesar de todos serem ciclistas experientes, os amigos estavam muito abalados.

Laura afirmou que amiga, que conheceu em movimentos de ciclistas na capital paulista, usava a bicicleta diariamente, como meio de transporte. O equipamento, inclusive, tinha bagageiro. Juliana, segundo ela, usava mochila, capacete e colete sinalizador no momento do atropelamento.

O Hospital Sírio-Libanês confirmou que a bióloga trabalhava na instituição, como analista de laboratório no Banco Público de Sangue de Cordão Umbilical. Em comunicado, o hospital lamentou "profundamente a perda trágica de sua colaboradora".

Para Laura, há um "otimismo" em relação à bicicleta ultimamente, apesar das fechadas, buzinadas e xingamentos diários. "Eu pedalo há dois anos e sinto muita diferença de quando eu comecei, principalmente na (avenida) Paulista. Os ônibus respeitam, mudam de faixa ou esperam a gente passar, os carros também. Mas é difícil, porque uma coisa como essa (a morte da ciclista) faz a coisa voltar ao zero."

"Todo mundo encara como uma fatalidade, 'ah, provavelmente ela se desequilibrou'. Não, não é isso. É uma coisa que dá para evitar se todo mundo ficar mais atento, se tivesse uma educação maior no trânsito, se respeitassem a regra do 1,5 m (distância que os veículos têm que manter das bicicletas), andar devagar ao lado do ciclista", disse a fotógrafa. "O maior sempre protege o menor, isso é regra. Então o ônibus protege o carro, que protege o ciclista, que protege o pedestre", afirmou.

A Secretaria de Segurança Pública (SSP) de São Paulo informou que a delegada Victória Lobo Guimarães, do 78º DP (Jardins), começou a ouvir algumas testemunhas do atropelamento. A delegada também verificava, junto à Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), se alguma câmera na região registrou o acidente. O motorista do ônibus foi afastado preventivamente da função para a investigação dos fatos.

Fonte: Terra
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