O Tunnel Boring Machine (TBM), é conhecido por um nome bem mais popular no Brasil: Tatuzão. O equipamento que perfura o solo e rochas e constrói um túnel de concreto armado ao mesmo tempo é usado para perfurar túneis como os do metrô, mas também pode escavar outros tipos, como para tubulações de gás. Conheça os detalhes técnicos e vantagens que o maquinário proporciona nas obras do País. Tatuzão O perfurador de túneis O Tunnel Boring Machine (TBM), a “máquina de furar túnel”, é conhecido por um nome bem mais popular no Brasil: Tatuzão. O equipamento que perfura o solo e rochas e constrói um túnel de concreto armado ao mesmo tempo é usado para perfurar túneis como os do metrô, mas também pode escavar outros tipos, como para tubulações de gás. Conheça a seguir os detalhes técnicos e vantagens que o maquinário proporciona nas obras do País. Vantagens Na comparação com outros métodos, o Tatuzão é o mais rápido e o mais preciso. O maquinário consegue fazer de 10 a 15 metros de túnel em um dia, enquanto o sistema tradicional, chamado de “túnel mineiro”, que usa retroescavadeiras e máquinas mais genéricas, consegue somente 1 metro por dia. Outra vantagem é que os transtornos causados aos moradores do entorno das obras costumam ser menores. No modo tradicional, de escavação a céu aberto com explosivos e retroescavadeiras, são feitas valas e, quando se atinge a profundidade desejada, é construída uma estrutura de concreto. Depois, é preciso aterrar a parte superior. Dimensões O tamanho do Tatuzão varia de acordo com o diâmetro do que ele vai escavar. O equipamento, de tecnologia alemã, é construído por encomenda. A máquina que está sendo usada na linha 4 do metrô do Rio de Janeiro (Barra da Tijuca – Ipanema) é a maior da América Latina: tem 2,7 mil toneladas e 120 metros de comprimento por 11,5 metros de diâmetro, o equivalente a um prédio de quatro andares. O Tatuzão do Rio custou R$ 100 milhões. Em São Paulo, há três tatuzões em operação ao mesmo tempo, todos na Linha 5 Lilás (que está sendo ampliada e, quando estiver pronta, ligará o Largo 13 à Chácara Klabin). O maior dos três tem 10,5 metros de diâmetro, 75 metros de comprimento e pesa 1,5 mil tonelada. Ele avança de 14 metros a 15 metros de escavação e tira 132 metros cúbicos de solo (o equivalente a 18 caminhões) por dia. Já os dois menores, que são iguais, têm 6,9 metros de diâmetro, 108 metros de comprimento e pesam 720 toneladas. Eles também avançam de 14 a 15 metros diariamente e retiram 100 metros cúbicos de solo por dia. Escavação Na parte da frente do Tatuzão há uma roda de corte de manganês e cromo, que perfura o solo e corta rochas. Ao mesmo tempo em que a máquina escava o solo, o material escavado (terra ou rocha) entra no aparelho por um sistema de pressão, subindo uma rampa. Depois, as rochas e a terra são transportadas para fora do túnel. À medida que o Tatuzão escava, ele coloca anéis pré-moldados de concreto armado no revestimento no túnel cavado, para sustentação. Os anéis são montados em partes, com segmentos curvados dispostos lado a lado. Durante esse processo, as máquinas e a equipe ficam protegidas pela carcaça do tatuzão contra a pressão da terra e possível entrada de água do lençol freático. Entre os anéis segmentados de concreto armado e o solo é injetada uma camada de argamassa, que vai proporcionar vedação no tubo do túnel e estabilizá-lo. Na parte traseira do Tatuzão há uma área em que ficam os anéis de concreto armado que serão usados, peças para a construção do túnel, bombas, quadros elétricos, sistemas de ventilação, além de máquinas e funcionários. Quando o Tatuzão avança, a parte traseira dele se move sobre trilhos. Tipo de solo O Tatuzão pode escavar em solo ou rocha. Ele será ajustado e receberá peças adequadas dependendo do tipo de material que for escavar. Quando as escavações são feitas em rochas, a vantagem é que a sustentação é mais fácil, pois há menos chances de o material desmoronar. Porém, a resistência encontrada no corte é maior e a velocidade é menor. Se o terreno que vai ser escavado é mais mole, a sustentação é mais complexa e é preciso fazer ajustes, para evitar a ocorrência de colapsos de material. Água Em cidades que estão no mesmo nível do mar, é preciso mais atenção na perfuração, devido à presença de água no solo. Isso porque existe uma tendência de a água sair, e se ela sai de maneira descontrolada, carrega solo junto. Segundo o professor Maurício Ehrlich, do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa (Coppe-UFRJ), se houver fuga de água, o material arenoso pode sofrer erosão. “É possível escavar com tatuzão debaixo d’água, mas é necessário fazer um ajuste no equipamento. Quanto mais acima do nível do mar é mais fácil escavar. É mais fácil escavar em São Paulo e em Brasília que no Rio de Janeiro, por exemplo, porque na hora que você está fazendo a escavação, tem que enfrentar a água”, aponta Ehrlich. mais especiais de notícias