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SP: polícia prende mais duas pessoas de quadrilha que fraudava licitações

Elas são suspeitas de participação no esquema investigado pela Operação Fratelli, que apura irregularidades em contratos públicos

13 abr 2013 - 15h08
(atualizado às 19h45)
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Agentes da Polícia Federal (PF) prenderam neste sábado mais duas pessoas acusadas de participar do suposto esquema de desvios de verbas públicas investigado pela Operação Fratelli, realizada pelo Ministério Público Estadual (MPE) e Ministério Público Federal (MPF). Com as prisões, sobe para 15 o número de pessoas presas desde que a operação teve início, na última terça-feira, quando 13 pessoas foram presas, 19 conduzidas coercitivamente para depor e 160 mandados de busca e apreensão de documentos e computadores foram cumpridos em casas de empresários, prefeitos, ex-prefeitos e servidores públicos em dezenas de cidades do Estado de São Paulo.

As prisões deste sábado foram feitas em Votuporanga (SP), cidade onde está instalada a sede do grupo Scamatti & Seller, cuja mulher de um dos sócios e um funcionário da área de informática do grupo, foram presos em suas residências. Eles tiveram a prisão temporária de cinco dias decretada pela Justiça de Fernandópolis. As prisões foram pedidas à Justiça pelos promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), de São José do Rio Preto, que coordenam as investigações.

A mulher foi encaminhada para a prisão feminina de General Salgado e o homem está preso na Cadeia Pública de Votuporanga. Os dois devem depor no início da semana, numa tentativa dos promotores de tentarem obter mais informações sobre o suposto esquema, uma vez que os diretores do grupo, que estão presos desde terça-feira, se recusaram, a pedido dos advogados, de falar em seus depoimentos, realizados nesta semana. 

Na sexta-feira, a Justiça prorrogou por mais cinco dias o prazo da prisão temporária dos 13 presos - 12 empresários e um servidor público. O prazo, que terminaria nesta sábado, foi ampliado porque, uma vez soltos, os acusados poderiam atrapalhar as investigações. Mas advogados dos presos já entraram com habeas corpus, cujos pedidos devem ser apreciados no início da próxima semana pelo Judiciário.

Quadrilha fraudava licitações

De acordo com o Ministério Público, os suspeitos fazem parte de uma quadrilha, que usava mais de 40 empresas de fachada e contava com ajuda de servidores públicos, entre eles prefeitos e funcionários graduados da Caixa Econômica Federal (CEF), para fraudar licitações e garantir repasses rápidos e superfaturamento de obras financiadas pelos governos estadual e federal em cerca de 80 prefeituras do interior de São Paulo, num volume financeiro de contratos que passaria de R$ 1 bilhão.

Segundo os promotores, são mais de 1.000 contratos, de verbas estaduais e federais, incluindo às oriundas de emendas parlamentares da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) e da Câmara dos Deputados, repassadas pelo Governo do Estado e pelos ministérios de Cidades e de Turismo e intermediadas por deputados estaduais e federais.

Pelo menos dois deputados estaduais, Itamar Borges (PMDB) e Roque Barbiere (PTB), teriam caído no grampo, segundo informações do jornal O Estado de São Paulo. Nesta semana, quatro técnicos da Procuradoria-Geral da Justiça do Estado de São Paulo foram enviados a São José do Rio Preto para participar da análise das provas recolhidas durante a operação. A procuradoria é o órgão do Ministério Público responsável por investigar prefeitos e deputados.

Polícia apreende documentos

Os agentes da PF localizaram também neste sábado duas sacolas contendo cinco discos rígidos, 61 DVDs gravados, dois pen drives, um tablet e diversos documentos relativos às operações das empresas investigadas, dentre eles várias planilhas e diversos outros documentos impressos, alguns com manuscritos, além de cinco aparelhos celulares e seis chips de telefone celular.

De acordo com a PF, o material não havia sido encotrado no dia da deflagração da operação porque os suspeitos teriam feito um plano para esconder os documentos da polícia. Todo material apreendido será periciado e analisado pela PF de Jales (SP) com o auxílio de peritos federais. Os dados serão extraídos e cruzados com as demais informações já existentes.

Fonte: Especial para Terra
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