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SP: ex-diretor da prefeitura é denunciado por 48 crimes

Hussain Aref Saab, que atuou nas gestões de José Serra (PSDB) e Gilberto Kassab (PSB), estaria envolvido em esquemas de lavagem de dinheiro com construtoras

29 ago 2014 - 11h21
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Nesta quinta-feira, o Ministério Público Estadual denunciou Hussain Aref Saab, ex-diretor do antigo Departamento de Aprovação de Edificações (Aprov) da Prefeitura de São Paulo, sob a acusação de 48 crimes de lavagem de dinheiro. Segundo a denúncia, ele teria ocultado por meio da compra de 113 imóveis o recebimento de propina de construtoras. Sua filha, Ana Paula Saab Zamudio, também foi denunciada por 32 crimes de lavagem. As informações são do Estado de S. Paulo.

O ex-diretor comandou o órgão de 2005 a 2012 durante as gestões dos então prefeitos José Serra (PSDB) e Gilberto Kassab (PSB). De acordo com o jornal, ele era responsável pela instrução, análise e decisão dos pedidos de licença para construção e reforma de edificações de médio e grande portes. "É possível constatar o início de um processo paulatino de acumulação de vultoso acervo patrimonial, constituído basicamente de imóveis e ativos financeiros", diz o documento. 

Ainda segundo a publicação, 65 imóveis (entre eles prédios, apartamentos, garagens, salas comerciais e terrenos) foram registrados no nome do servidor e 48 foram registrados em nome da empresa SB4 Participações, de que ele é sócio majoritário. "O enriquecimento de Hussain, a toda evidência, não teve como causa a percepção de seus vencimentos, que jamais poderiam alicerçar tamanho incremento patrimonial, mas, sim, a criação de um sistema paralelo de atuação voltado à obtenção vantagens ilícitas recebidas ou exigidas no exercício das funções do cargo", completa a denúncia.

Uma das testemunhas ouvidas contou detalhes de um desses casos ao MPE. Ela disse que até mesmo um carro-forte foi alugado para transportar R$ 640 mil pagos para Aref para que ele aprovasse obras de extensão de um shopping center da capital. Ao todo, quatro shopping centers foram citados como pagadores de propina. 

A defesa de Aref foi procurada pelo Estado de S. Paulo, mas não quis se manifestar por "desconhecer" os termos das acusações.

Fonte: Terra
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