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Sócio da boate Kiss, Elissandro Spohr tenta suicídio em hospital, diz polícia

30 jan 2013 - 13h16
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Um dos proprietários da boate Kiss, em Santa Maria, na qual um incêndio no final de semana deixou 235 mortos, tentou se suicidar no hospital onde está internado, informou nesta quarta-feira polícia.

O empresário Elissandro Spohr, um dos dois sócios do estabelecimento em questão, tentou se enforcar com uma mangueira enquanto tomava banho em um hospital da cidade de Cruz Alta, onde está internado tratando de problemas respiratórios decorrentes do incêndio e em onde é vigiado por policiais.

A tentativa de suicídio foi confirmada nesta quarta-feira por Marcelo Arigony, um dos comissários da Polícia Civil do estado do Rio Grande do Sul responsáveis pela investigação da tragédia.

"Agora ele está bem e foi algemado junto à cama para evitar novas tentativas", afirmou Arigony em declarações a jornalistas.

Spohr foi detido na segunda-feira em Cruz Alta, onde, segundo seu advogado, tinha viajado para ser atendido em um hospital com sintomas de intoxicação respiratória por temor de permanecer em Santa Maria.

O outro proprietário da boate, Mauro Hoffmann, foi detido também na segunda-feira após se apresentar na delegacia de Santa Maria.

Além do proprietário, estão detidos dois integrantes do grupo Gurizada Fandangueira, a banda que tocava na boate no momento da tragédia e à qual se atribui a origem do incêndio.

A polícia pediu a detenção dos quatro para garantir a investigação e perante o temor que algumas provas fossem destruídas, mas o juiz responsável só aceitou a detenção temporário por cinco dias.

"Solicitamos prisões temporárias por 30 dias e só conseguimos cinco. Agora, precisamos renovar esses mandatos, mas estamos com dificuldades. Não é culpa do promotor, do juiz ou da polícia, mas da legislação que exige muitos requisitos", admitiu o comissário.

A justiça também determinou o embargo dos bens dos dois proprietários da boate para garantir o possível pagamento de indenizações caso que sejam condenados.

Segundo as primeiras investigações, o incêndio começou quando um dos integrantes da banda que se apresentava na boate acendeu um sinalizador cujas faíscas alcançaram a espuma utilizada como isolante acústico no teto do estabelecimento.

Além do uso não permitido do sinalizador dentro de um local fechado, contribuíram para a tragédia o pânico provocado pela rápida expansão do fumaça, o excesso de público, as falhas nas medidas de segurança da boate e a suposta decisão dos seguranças de fechar a única porta de saída para evitar que o público saísse sem pagar, segundo a polícia.

O difícil evacuação, a concentração de fumaça tóxica e a avalanche de pessoas correndo em direção à única saída, onde muitos foram pisoteados, causaram várias mortes por asfixia.

EFE   
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