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Sete entre dez profissionais de segurança têm colegas mortos

A pesquisa revela também que o receio de sofrer violência e retaliações tem influência na rotina e nos hábitos dos agentes

30 jul 2015 - 16h29
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Entre os profissionais ouvidos estão policiais militares, civis, federais, rodoviários federais, guardas municipais e bombeiros em todos os estados do País.
Entre os profissionais ouvidos estão policiais militares, civis, federais, rodoviários federais, guardas municipais e bombeiros em todos os estados do País.
Foto: Governo da Paraíba / Divulgação

Sete entre dez profissionais de segurança pública de todo o País dizem que já tiveram algum colega assassinado fora do trabalho, mostra pesquisa feita com 10.323 profissionais de vários estados. O resultado do trabalho foi apresentado nesta quinta-feira (30) em encontro internacional sobre o tema no Rio de Janeiro.

A pesquisa faz parte do estudo "Vitimização e risco entre profissionais do sistema de segurança pública”, elaborado pela Fundação Getúlio Vargas e pela Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça. As entrevistas ocorreram entre os dias 18 de junho e 8 de julho. Entre os profissionais ouvidos estão policiais militares, civis, federais, rodoviários federais, guardas municipais e bombeiros em todos os estados do País.

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De acordo com a diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Samira Bueno, a pesquisa será importante para mostrar os riscos que envolvem o trabalho dos profissionais de segurança e pode ajudar a formular políticas de prevenção e proteção dos policiais.

"Somente em 2013, verificamos que 490 policiais foram assassinados em todo o país e, diante desse dado alarmante, resolvemos aprofundar nosso conhecimento sobre as violações dos direitos desses agentes”, disse.

Segundo Samira Bueno, há uma cultura no Brasil de investigar as mortes provocadas pela polícia, mas são poucos conhecidos os casos de “vitimização sofrida pelo policial”. E acrescentou: “Eles estão aí para nos proteger, mas também precisam de segurança”.

O número de vítimas é ainda maior quando analisados apenas os policiais militares: 77,5%. O percentual de todos os profissionais de segurança ouvidos que perderam um colega durante o expediente de trabalho é 61,9%.

A pesquisa revela também que o receio de sofrer violência e retaliações tem influência na rotina e nos hábitos dos agentes. Quase metade (44,3%) esconde a farda ou o distintivo no trajeto entre a casa e trabalho e 35,2% escondem de conhecidos o fato de que são profissionais de segurança pública. Além disso, 61,8% evitam usar transporte público. “Eles precisam esconder sua profissão por causa dos riscos que correm, quando na verdade deveriam mostrá-la com orgulho", disse Samira.

A pesquisa foi divulgada durante o 9º Encontro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que ocorre no Rio de Janeiro desde o último dia 28 e termina sexta (31). Participam do encontro especialistas em segurança pública do Brasil e do exterior.

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Agência Brasil Agência Brasil
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