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Servidores em greve protestam na Esplanada dos Ministérios

14 ago 2012 - 12h18
(atualizado às 14h01)
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Funcionários públicos de mais de 30 órgãos federais protestam desde o início da manhã desta terça-feira em frente ao Ministério do Planejamento. O objetivo da manifestação é pressionar o andamento das negociações do movimento grevista com o governo. Os servidores querem reposição de perdas salariais e melhores condições de trabalho.

Fiscais federais agropecuários protestam em frente ao Ministério da Agricultura, em Brasília
Fiscais federais agropecuários protestam em frente ao Ministério da Agricultura, em Brasília
Foto: Marcello Casal Jr / Agência Brasil

"Espero que o governo nos atenda. Ameaçar cortar o ponto é insuficiente para acabar com greve. Espero que o governo possa negociar com a gente os dias parados. Até agora, não foi apresentado nada em relação à isso", disse Carlos Abreu, diretor nacional da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef).

Abreu reclama que o governo tem adiado a negociação para fechar a proposta da Lei Orçamentária Anual (LOA), sem prever o reajuste salarial para os servidores. "Isso é uma estratégia de empurra. Já vimos isso no ano passado."

"O governo tem que se abrir. Estamos na luta porque estamos defasados", disse a diretora do Sindicato dos Servidores Públicos Federais no Distrito Federal (Sindsep-DF), Valda Cardozo de Souza.

Cada categoria em greve foi para as ruas com camisas e coletes de cores diferentes, portando faixas e fazendo barulho com apitos, cornetas e fogos de artifício. Os manifestantes estão concentrados nos estacionamentos em frente a cada órgão. O protesto não atrapalhou o trânsito no Eixo Monumental, via que corta a Esplanada dos Ministérios, e que flui normalmente.

O governo federal inicia nesta terça-feira às reuniões para negociar com os servidores federais em greve. O Ministério do Planejamento confirmou que há encontros agendados para discutir a pauta de reivindicações dos setores parados.

O movimento grevista
Iniciados em julho, os protestos e as paralisações de servidores de órgãos públicos federais aumentaram no mês de agosto. Pelo menos 25 categorias estão em greve, tendo o aumento salarial como uma das principais reinvindicações. De acordo com a Confederação Nacional dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), o movimento atinge 28 órgãos, com 370 mil servidores sem trabalhar. O número, no entanto, é contestado pelo governo.

Estão em greve servidores da Polícia Federal, Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), do Arquivo Nacional, da Receita Federal, dos ministérios da Saúde, do Planejamento, do Meio Ambiente e da Justiça, entre outros. O Sindicato Nacional dos Servidores das Agências Nacionais de Regulação (Sinagências) informou que dez agências reguladoras aderiram ao movimento.

O Ministério do Planejamento declarou que está analisando qual o "espaço orçamentário" para negociar com as categorias. O governo tem até o dia 31 de agosto para enviar o projeto de lei orçamentária ao Congresso Nacional. O texto deve conter a previsão de gastos para 2013.

No dia 25 de julho, a presidente Dilma Rousseff assinou decreto para permitir a continuidade dos serviços em áreas consideradas delicadas. O texto prevê que ministros que comandam setores em greve possam diminuir a burocracia para dar agilidade a alguns processos, além de fechar parcerias com Estados e municípios para substituir os funcionários parados.

Agência Brasil Agência Brasil
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