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Senador: Brasil deve cobrar maior presença da França no Haiti

13 jan 2010 - 10h42
(atualizado às 13h45)
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O presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Eduardo Azeredo (PSDB-MG), afirmou nesta quarta-feira que o governo brasileiro está credenciado para liderar a busca de apoio internacional com o objetivo de ajudar a população haitiana na recuperação do país. Ontem, um terremoto de 7,3 pontos na escala Richter atingiu o Haiti, o tremor mais forte nos últimos 200 anos.

Terremoto atingiu 7 graus na escala Richter
Terremoto atingiu 7 graus na escala Richter
Foto: Reuters

Azeredo ressaltou que o Brasil executa "um bom trabalho" no comando da Força de Paz das Nações Unidas (Minustah), o que o credencia para comandar esse processo de busca de apoio internacional. Num primeiro momento, de acordo com ele, cabe ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cobrar do governo francês, por exemplo, uma atuação mais presente. "Até porque o Brasil vive um momento de boas relações com a França e o país, por ser responsável pela colonização do Haiti deve uma atuação mais relevante, é hora de cobrar que a França atue de forma mais eficaz", afirmou o parlamentar.

No âmbito do Congresso brasileiro, Eduardo Azeredo ressaltou que os políticos brasileiros que integram o Parlamento do Mercosul (Parlasul) devem buscar o apoio do organismo para que os representantes de Argentina, Paraguai e Uruguai também se integrem nas ações de busca de apoio internacional ao povo haitiano.

Em agosto de 2009, uma delegação de cinco senadores brasileiros estiveram em Porto Príncipe, capital do Haiti, para conhecer de perto a realidade do país. "Nos impressionou a situação de miséria e desestabilização daquele país e, agora, com este terremoto a situação se complica ainda mais. As condições sociais no Haiti são, ainda, muito ruins", relatou disse Azeredo.

Terremoto

Um terremoto de magnitude 7 na escala Richter atingiu o Haiti nessa terça-feira, às 16h53 no horário local (19h53 em Brasília). Com epicentro a 15 km da capital, Porto Príncipe, segundo o Serviço Geológico Norte-Americano, o terremoto é considerado pelo órgão o mais forte a atingir o país nos últimos 200 anos.

Dezenas de prédios da capital caíram e deixaram moradores sob escombros. Importantes edificações foram atingidas, como prédios das Nações Unidas e do governo do país. No entanto, devido à precariedade dos serviços básicos do país, ainda não há estimativas sobre o número de vítimas fatais nem de feridos. O Haiti é o país mais pobre do continente americano.

Morte de brasileiros

A fundadora e coordenadora internacional da Pastoral da Criança, Organismo de Ação Social da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Zilda Arns, e militares brasileiros da missão de paz da ONU morreram durante o terremoto no Haiti.

O ministério das Relações Exteriores do Brasil anunciou que o país enviará até US$ 15 milhões para ajudar a reconstruir o Haiti após o terremoto que devastou o país nesta terça-feira. Além dos recursos financeiros, o Brasil doará 28 t de alimentos e água para a população do país. A Força Aérea Brasileira (FAB) disponibilizou oito aeronaves de transporte para ajudar as vítimas.

O Brasil no Haiti

O Brasil chefia a missão de paz da ONU no país (Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti, ou Minustah, na sigla em francês), que conta com cerca de 7 mil integrantes. Segundo o Ministério da Defesa, 1.266 militares brasileiros servem na força. Ao todo, são 1.310 brasileiros no Haiti.

A missão de paz foi criada em 2004, depois que o então presidente Jean-Bertrand Aristide foi deposto durante uma rebelião. Além do prédio da ONU, o prédio da Embaixada Brasileira em Porto Príncipe também ficou danificado, mas segundo o governo, não há vítimas entre os funcionários brasileiros.

Agência Brasil Agência Brasil
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