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Sempre fomos ameaçados pela polícia, diz pai de menino morto

A mãe de Eduardo de Jesus Ferreira, assassinado no Complexo do Alemão, acusa a polícia de tentar transformar o filho em bandido

5 abr 2015 - 21h24
(atualizado em 6/4/2015 às 07h43)
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"Nunca fomos ameaçados por bandidos, mas sempre pela polícia", contou José Maria, pai do garoto Eduardo de Jesus Ferreira
"Nunca fomos ameaçados por bandidos, mas sempre pela polícia", contou José Maria, pai do garoto Eduardo de Jesus Ferreira
Foto: Yala Sena / Especial para Terra

O pai do garoto morto no Complexo do Alemão fez desabafo ao chegar em Teresina, no Piauí, na noite deste domingo. “A polícia foi truculenta, sempre agiu de forma truculenta no Alemão. Nunca fomos ameaçados por bandidos, mas sempre pela polícia. São soldados destreinados, que não sabem conduzir uma arma. É uma coisa terrível. Sai atirando em quem estiver pela frente”, afirmou José Maria, pai do garoto Eduardo de Jesus Ferreira, de 10 anos.

Eduardo foi atingido por um disparo na última quinta-feira (2), na porta de casa. A suspeita é que o tiro tenha sido disparado por policiais militares. A Divisão de Homicídios investiga o caso e todos os agentes que participaram da operação no dia da morte do menino foram afastados.

Visivelmente abalada, a mãe do garoto, Teresinha Maria de Jesus Ferreira, voltou a afirmar que reconhece o policial e condenou o que considera ser uma tentativa da polícia de incriminar o garoto.

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"Eles estão querendo incriminar meu filho, mas ele não é isso. Ele estudava, meu filho não era bandido e não era filho de bandido", declarou bastante emocionada. Durante entrevista, ela pediu aos jornalistas para se sentar, pois não se sentia bem. "Eu reconheço sim, ele (policial)", garantiu.

Os pais do menino morto no Complexo do Alemão chegaram em Teresina, no Piauí, na noite deste domingo
Os pais do menino morto no Complexo do Alemão chegaram em Teresina, no Piauí, na noite deste domingo
Foto: Yala Sena / Especial para Terra

Terezinha voltou a cobrar justiça e disse que quer enterrar seu filho e voltar ao Rio de Janeiro para acompanhar as investigações. "Quero enterrar o corpo do meu filho. O que eu quero agora é só justiça".

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A doméstica deixou Corrente, já próximo da divisa do Piauí com a Bahia, para tentar uma vida melhor há 16 anos. Terezinha afirmou ser muito difícil voltar ao município dessa forma. "Meu coração está partido", afirmou.

A família do garoto vai pernoitar em Teresina e nesta segunda-feira vai a Corrente ( a 874 km de distância da capital). O governo do Estado do Piauí colocou duas aeronaves à disposição da família para fazer o translado até Corrente. O corpo de Eduardo será sepultado nesta segunda-feira.

Desde o início deste ano, confrontos são rotina no Alemão, que reúne 15 comunidades com 70 mil pessoas. Especialistas em segurança pública e moradores pedem recuo da polícia.

Fonte: Especial para Terra
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