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Segundo avião brasileiro com suprimentos decola para o Haiti

14 jan 2010 - 10h02
(atualizado às 17h10)
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Laryssa Borges
Direto de Brasília

O Comando da Aeronáutica confirmou na tarde desta quinta-feira que uma segunda aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) decolou às 16h20, horário de Brasília, em direção ao Haiti. O Boeing 707 da FAB está equipado com 17 toneladas de um misto de remédios, água e equipamentos médicos e de busca e salvamento.

No mesmo avião, que tem a bordo dois médicos e três enfermeiros do Hospital da Aeronáutica de Brasília (HFAB), estará disponível uma UTI aérea para atender os 12 militares brasileiros feridos que devem retornar ao Brasil nos próximos dias.

De acordo com a FAB, a aeronave brasileira deixará no Haiti 30 bombeiros do Rio de Janeiro, 21 bombeiros do Distrito Federal e quatro cães farejadores que ajudarão na procura de vítimas sobre os escombros e no recolhimento de corpos.

Com hospitais completamente destruídos pelos terremotos em Porto Príncipe, em frente do batalhão brasileiro há um acampamento de pessoas que buscam socorro. Pela falta de profissionais médicos, estão sendo atendidas, sob a cobertura de uma garagem, prioritariamente as vítimas que apresentam maior gravidade. Cerca de 70 pessoas são atendidas dia e noite por médicos militares.

A Aeronáutica informou ainda na manhã de hoje que a FAB está pronta para estabelecer uma "ponte-aérea" Brasil-Haiti para agilizar o envio de alimentos, remédios e água. No total, a FAB colocou oito aviões de transporte para isso. São três C-130 Hércules e um Boeing 707, que estão de prontidão no Rio de Janeiro, além de quatro C-105 Amazonas, que aguardam em Manaus.

A estimativa da Cruz Vermelha Internacional é de que 3 milhões de pessoas tenham sido atingidas pelo terremoto. As autoridades locais e a Oragnização das Nações Unidas calculam em 100 mil o número de mortos na tragédia.

Terremoto

Um terremoto de magnitude 7 na escala Richter atingiu o Haiti nessa terça-feira, às 16h53 no horário local (19h53 em Brasília). Com epicentro a 15 km da capital, Porto Príncipe, segundo o Serviço Geológico Norte-Americano, o terremoto é considerado pelo órgão o mais forte a atingir o país nos últimos 200 anos.

Dezenas de prédios da capital caíram e deixaram moradores sob escombros. Importantes edificações foram atingidas, como prédios das Nações Unidas e do governo do país. No entanto, devido à precariedade dos serviços básicos do país, ainda não há estimativas sobre o número de vítimas fatais nem de feridos. O Haiti é o país mais pobre do continente americano.

Morte de brasileiros

A fundadora e coordenadora internacional da Pastoral da Criança, Organismo de Ação Social da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Zilda Arns, e militares brasileiros da missão de paz da ONU morreram durante o terremoto no Haiti.

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, e comandantes do Exército chegaram na noite de quarta-feira à base brasileira no país para liderar os trabalhos do contingente militar brasileiro no Haiti. O Ministério das Relações Exteriores do Brasil anunciou que o país enviará até US$ 15 milhões para ajudar a reconstruir o país. Além dos recursos financeiros, o Brasil doará 28 t de alimentos e água para a população do país. A Força Aérea Brasileira (FAB) disponibilizou oito aeronaves de transporte para ajudar as vítimas.

O Brasil no Haiti

O Brasil chefia a missão de paz da ONU no país (Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti, ou Minustah, na sigla em francês), que conta com cerca de 7 mil integrantes. Segundo o Ministério da Defesa, 1.266 militares brasileiros servem na força. Ao todo, são 1.310 brasileiros no Haiti.

A missão de paz foi criada em 2004, depois que o então presidente Jean-Bertrand Aristide foi deposto durante uma rebelião. Além do prédio da ONU, o prédio da Embaixada Brasileira em Porto Príncipe também ficou danificado, mas segundo o governo, não há vítimas entre os funcionários brasileiros.

Terremoto devastou capital haitiana
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Foto: AFP
Agência Brasil Agência Brasil
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