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RS oferece especialistas em desastres para ajudar o Haiti

15 jan 2010 - 17h22
(atualizado às 17h51)
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Fabiana Leal
Direto de Porto Alegre

A Secretaria Estadual de Saúde do Rio Grande do Sul colocou à disposição do governo federal dois engenheiros e um arquiteto, especialistas em desastres ambientais, para ajudar nas ações que devem ser feitas no Haiti.

Criança ferida espera para ser atendida em Porto Príncipe
Criança ferida espera para ser atendida em Porto Príncipe
Foto: AP

Segundo o secretário da Saúde do Estado, Osmar Terra, essa iniciativa é uma das três linhas que o governo considera fundamental neste momento para auxiliar o país que foi devastado por um terremoto na última terça-feira.

Não há prazo para esses profissionais irem para o Haiti. Um deles, o engenheiro civil Mauro Kotlhar, acredita que antes de viajarem para o país, é preciso que se amenize o caos que se instalou lá. "Tem de ter um mínimo de infra-estrutura, porque senão seremos mais pessoas a dar problemas. Eu vou ter necessidade de beber água, mas estaria tirando o produto deles", disse. Ele estima que em menos de duas semanas a viagem não seja possível.

O engenheiro civil Paulo Ricardo Mota e o arquiteto Vilson Dias são os outros dois profissionais do Núcleo dos Eventos Ambientais Adversos à Saúde, do Centro Estadual de Vigilância em Saúde do Rio Grande do Sul, que deverão ir ao Haiti. Eles verificariam os impactos do desastre à saúde da população e também as estruturas e a rede de saneamento após o acidente, entre outras ações.

Cadastro de voluntários
O governo do Rio Grande do Sul começa nesta sexta-feira a fazer o cadastro de voluntários da área da saúde com especialização ou experiência nas áreas de traumatologia e cirurgia - as maiores necessidades dos haitianos neste momento, segundo avaliação do governo.

O cadastro pode ser feito pelo site da Secretaria de saúde (www.saude.rs.gov.br) e não garantirá que a pessoa irá para o Haiti, pois depende de o país atingido pelo terremoto demandar esses profissionais e da logística de transporte e alojamento do governo federal. O Estado entrará com a parte da alimentação dos voluntários.

Apoio psicológico
Também será oferecido apoio psicológico para famílias de pessoas que estão no Haiti e de haitianos que residam no Rio Grande do Sul. "Vai ser um atendimento em casa, como fizemos após o acidente em Congonhas (com o avião da TAM, em 2007, que saiu de Porto Alegre (RS) com destino a São Paulo). As famílias que desejarem esse atendimento podem ligar para o telefone 150.

Terremoto

Um terremoto de magnitude 7 na escala Richter atingiu o Haiti nessa terça-feira, às 16h53 no horário local (19h53 em Brasília). Com epicentro a 15 km da capital, Porto Príncipe, segundo o Serviço Geológico Norte-Americano, o terremoto é considerado pelo órgão o mais forte a atingir o país nos últimos 200 anos.

Dezenas de prédios da capital caíram e deixaram moradores sob escombros. Importantes edificações foram atingidas, como prédios das Nações Unidas e do governo do país. No entanto, devido à precariedade dos serviços básicos do país, ainda não há estimativas sobre o número de vítimas fatais nem de feridos. O Haiti é o país mais pobre do continente americano.

Morte de brasileiros

A fundadora e coordenadora internacional da Pastoral da Criança, Organismo de Ação Social da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Zilda Arns, e militares brasileiros da missão de paz da ONU morreram durante o terremoto no Haiti.

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, e comandantes do Exército chegaram na noite de quarta-feira à base brasileira no país para liderar os trabalhos do contingente militar brasileiro no Haiti. O Ministério das Relações Exteriores do Brasil anunciou que o país enviará até US$ 15 milhões para ajudar a reconstruir o país. Além dos recursos financeiros, o Brasil doará 28 t de alimentos e água para a população do país. A Força Aérea Brasileira (FAB) disponibilizou oito aeronaves de transporte para ajudar as vítimas.

O Brasil no Haiti

O Brasil chefia a missão de paz da ONU no país (Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti, ou Minustah, na sigla em francês), que conta com cerca de 7 mil integrantes. Segundo o Ministério da Defesa, 1.266 militares brasileiros servem na força. Ao todo, são 1.310 brasileiros no Haiti.

A missão de paz foi criada em 2004, depois que o então presidente Jean-Bertrand Aristide foi deposto durante uma rebelião. Além do prédio da ONU, o prédio da Embaixada Brasileira em Porto Príncipe também ficou danificado, mas segundo o governo, não há vítimas entre os funcionários brasileiros.

Fonte: Redação Terra
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