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RJ: trabalhadores sem terra acampam em frente à sede do Incra

24 ago 2011 - 15h06
(atualizado às 15h14)
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Pelo menos 200 trabalhadores sem terra montaram, no início da tarde desta quarta-feira, um acampamento em frente à sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) no Rio de Janeiro, no centro da cidade. Segundo Lívia Regina da Silva, da Coordenação Nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o ato pode ser considerado o início das manifestações programadas para hoje na capital.

Cerca de 4 mil trabalhadores rurais sem terra ocuparam a entrada principal da sede do Ministério da Fazenda na manhã desta terça-feira
Cerca de 4 mil trabalhadores rurais sem terra ocuparam a entrada principal da sede do Ministério da Fazenda na manhã desta terça-feira
Foto: Wilson Dias / Agência Brasil

Os sem-terra vão se concentrar, às 16h, na Cinelândia, no centro, e se unir a outras categorias que já estão mobilizadas, como profissionais de educação, saúde, construção civil e servidores públicos. A pauta unificada de reivindicações inclui a redução da jornada de trabalho sem redução salarial, a destinação de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) no Orçamento para a educação pública e gratuita e a realização da reforma agrária.

"A gente nunca viveu um período com tantas poucas obtenções de terra. A gente precisa recolocar a reforma agrária na pauta central do governo, como alternativa para a organização da economia no País e a inclusão dos camponeses no campo", afirmou Lívia Regina. Segunda ela, no Rio de Janeiro, a última desapropriação de terra para assentamento foi feita em 2007.

Atualmente existem mil famílias acampadas no Estado, vivendo em habitações improvisadas com lona, principalmente em área públicas, aguardando a liberação de terras pelo Incra. A soma dos trabalhadores já contemplados pelo instituto no Rio chega a 2,5 mil famílias. Esses produtores são beneficiários do programa que prevê, por exemplo, crédito para produção em condições diferenciadas, e acesso à educação no campo e à infraestrutura.

"Se, hoje, você for a um acampamento nosso, você vê que não é essa a situação. Há locais sem acesso porque a estrada é ruim, não tem ponte, não tem luz, as casas são, boa parte, de lona e madeira. A infraestrutura ainda é algo precário nos assentamentos", ressaltou Lívia Regina. Segundo a representante do MST, a reforma agrária envolve questões como um orçamento maior, o assentamento imediato das famílias acampadas e a estruturação dos assentamentos, com acesso a crédito e à assistência técnica.

Agência Brasil Agência Brasil
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