Sem-teto do Flamengo tentam nova invasão e acampam em praça
A desocupação do prédio do Flamengo ocorreu no dia 14 deste mês, na reintegração de posse por dois mandados judiciais
Os sem-teto que tentaram invadir um prédio na madrugada desta sexta-feira, na Praça Mauá, na zona portuária do Rio de Janeiro, estão agora acampados na Praça da Cruz Vermelha, no centro da cidade. O grupo é o mesmo que invadiu o antigo edifício-sede do C.R. Flamengo, no bairro do mesmo nome, na zona sul da cidade, arrendado pelo clube ao empresário Eike Batista.
A desocupação do prédio do Flamengo ocorreu no dia 14 deste mês, como resultado de ação de reintegração de posse efetuada pela Polícia Militar, em cumprimento a dois mandados judiciais. Ao deixarem o imóvel, os desabrigados montaram acampamento na Cinelândia, de onde foram retirados após mais de uma semana. Hoje, ao terem frustrada a tentativa de invasão do antigo Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Empregados em Transportes e Cargas (Iapetec), os sem-teto escolheram a Praça da Cruz Vermelha para acampar.
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A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (SMDS) informou que em ação articulada com a Defensoria Pública, a Secretaria Estadual de Assistência Social e Direitos Humanos e a Secretaria Estadual de Habitação, foi feito na última quarta-feira (22) o cadastramento das famílias que ocuparam o prédio do Flamengo.
Nesta ação, foram atendidas cerca de 200 pessoas, das quais 42 atualizaram suas informações junto ao Cadastro Único do Governo Federal (CadÚnico) e 83 foram inseridas neste cadastro. As restantes não tinham documentação necessária, exigida para fazer a inscrição. Na ocasião, segundo informou a SMDS, foram ofertadas vagas na rede de abrigos do município, “recusadas por todos os atendidos”.
A secretaria informou ainda que esse mesmo grupo de pessoas ocupou anteriormente o terreno da Cedae, na região do Porto do Rio, quando preencheu ficha cadastral. Na ocasião, as pessoas foram orientadas a se dirigir ao Centro de Referência da Assistência Social (Cras) Dodô da Portela, no Santo Cristo, para a inscrição no CadÚnico e verificação das demandas sociais.
A secretaria explicou que das 128 pessoas que preencheram a ficha, apenas 24 compareceram ao Cras. Acrescentou que nenhum dos programas propostos, que incluíam oferta de abrigos, capacitação para o mercado de trabalho e acesso ao balcão de emprego, foi aceito pelos sem-teto. Eles são assistidos pelo Núcleo de Terras e Habitação (Nuth) da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro.