Depois de três meses de coleta irregular, caminhões de lixo voltam a circular no município de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Desde esta sexta-feira até a próxima segunda, uma operação coordenada pelo prefeito eleito, Alexandre Cardoso, envolvendo três secretarias do governo estadual, recolhe o lixo acumulado e dedetiza a cidade contra ratos e insetos.
A Secretaria de Defesa Civil faz a limpeza das ruas e calçadas com dois caminhões capazes de armazenar 30 mil l de água, enquanto o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil orientam a população para não colocar fogo no lixo acumulado. No Natal, dois carros acabaram incendiados em frente a uma oficina depois que a população ateou fogo em montes de lixo.
Com cerca de 30 agentes, a Secretaria de Saúde monitora a situação do lixo hospitalar e do acúmulo de dejetos no entorno das unidades de saúde. Com base nas informações, caminhões são deslocados até as unidades para retirar o material. O órgão também faz dedetização contra insetos e ratos para diminuir o desconforto da população, que sofre com a invasão de bichos.
Por meio da Secretaria do Ambiente (SEA), foi firmado um acordo para que o município vizinho de Belford Roxo receba o lixo de Caxias. Órgãos ambientais autorizaram na quinta-feira a construção de uma estrada de 13 km para que os caminhões com os dejetos não passem próximo a hospitais, escolas e bairros residenciais, como temiam moradores de Belford Roxo.
A ausência na coleta de lixo em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, deixou um cenário quase apocalíptico na cidade
Foto: Mauro Pimentel / Terra
A crise na cidade mais populosa da Baixada, e cuja economia é a segunda maior do Rio de Janeiro, se intensificou desde outubro, após as eleições
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A Locanty, empresa responsável pela coleta de lixo da cidade, passou a reclamar falta de pagamento, e pedir o rompimento do contrato. A coleta passou a ser feita, então de forma precária
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Nesta semana, a Locanty informou que não recolheria mais o lixo na cidade
Foto: Mauro Pimentel / Terra
A prefeitura alega que o fechamento do aterro sanitário de Gramacho, ali mesmo em Caxias, prejudicou o escoamento do material descartado pela população
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Enquanto isso, o lixo se acumulava em calçadas e esquinas...
Foto: Mauro Pimentel / Terra
... na frente de escolas...
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... no cruzamento de ruas e avenidas...
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... e no Centro, onde fica boa parte do comércio
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É no Centro que ficam boa parte das lojas, restaurantes e bares
Foto: Mauro Pimentel / Terra
O lixo acumulado nas calçadas atrapalhava a movimentação dos pedestres...
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... além de aumentar o risco de transmissão de doenças
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Alguns montes de lixo ainda eram queimados, piorando a qualidade do ar
Foto: Mauro Pimentel / Terra
O mau cheiro fazia boa parte dos pedestres circular tapando o nariz
Foto: Mauro Pimentel / Terra
'Tenho 65 anos, sempre morei em Caxias, e nunca vi nada parecido. Nem no tempo em que tudo isso aqui era terra. É muito triste', afirma o aposentado José Silva
Foto: Mauro Pimentel / Terra
'Ontem não consegui trabalhar com esse cheiro. Hoje, ainda de manhã, já estou pensando em fechar. Está difícil ficar aqui na loja, estou me sentindo mal, estou com tonteiras. E não aparece nenhum cliente', conta Erivaldo Corrêa de Souza, dono do Blek Bar
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O Centro Municipal de Saúde, que não tem pronto-atendimento, está em péssimo estado de conservação, e há muita sujeira em toda a parte
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O banheiro ao lado da farmácia tem fezes espalhadas pelo vaso sanitário e sujeira acumulada em toda a parte
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Em frente, no pátio da unidade, sacos de lixo com material hospitalar estão amontoados, sem qualquer tipo de proteção, no mesmo local onde os pacientes circulam
Foto: Mauro Pimentel / Terra
O esquema emergencial iniciado nesta sexta-feira contará com 80 caminhões de coleta, dez caminhonetes do Corpo de Bombeiros, dois caminhões-pipa e 300 voluntários
Foto: Mauro Pimentel / Terra
A partir da próxima quarta-feira, já em 2013, duas empresas, que serão contratadas em caráter emergencial, passarão a cuidar da limpeza da cidade