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RJ: hospitais estão superlotados com sobreviventes

13 jan 2011 - 03h57
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Referência para a região serrana do Rio de Janeiro, o Hospital das Clínicas de Teresópolis está superlotado com sobreviventes da tragédia que atinge a área. A unidade, que costuma receber uma média de 50 pacientes por dia, tinha atendido mais de 155 da manhã à noite de quarta-feira. Como não havia leitos para todos, vários pacientes tiveram que ser internados nos corredores. Ainda na quarta, o Hemorio fez um apelo por doadores de sangue para vítimas da tragédia.

"Muitas pessoas chegaram em estado grave, com fraturas expostas e até queimadas por botijões que explodiram durante desabamentos. Somos a única 'emergência' de portas abertas na cidade e não temos como recusar pacientes. No início da manhã, principalmente, as pessoas chegaram trazidas por parentes do jeito que podiam, até em estrados de camas. Um desespero", contou a diretora-geral do hospital, Rosane Costa.

A situação foi agravada porque algumas unidades, como a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e o Hemocentro de Teresópolis, amanheceram sem energia e ficam em regiões ilhadas. O único hemocentro de Friburgo também não funcionou porque não se conseguia chegar no local. "Estamos fazendo um apelo para que os moradores do Rio venham ao Hemorio doar sangue, que será enviado para Friburgo e Teresópolis", diz Esther Lopes, coordenadora do Hemorio.

Segundo Rosane, os cinco leitos de CTI do Hospital das Clínicas estão ocupados e doentes já começaram a ser transferidos para hospitais até do Rio. "Geralmente temos 11 médicos de plantão, mas pela manhã já tínhamos mais de 30. Os que não estavam de plantão e até os que estavam de férias vieram para ajudar no socorro". "Em Nova Friburgo, parte da farmácia, da lavanderia e da pediatria do Hospital São Lucas foram soterradas, prejudicando o atendimento. No Hospital Municipal Raul Sertã, na mesma cidade, parte do prédio foi invadida pela água e lama.

Risco de leptospirose e hepatite

Moradores de áreas atingidas pelas enchentes devem ter cuidados para evitar doenças como leptospirose, hepatite A e diarreias. O Ministério da Saúde alertou na quarta sobre a importância de só se consumir água fervida e filtrada.

Os alimentos que tiveram contato com água infectada não devem ser consumidos. O industrializados que estiverem em embalagens resistentes, intactas e lacradas ¿ e que não sejam de plástico ou papelão ¿ devem ser higienizados com uma solução de duas colheres de água sanitária para cada litro de água.

Pessoas que precisarem fazer limpeza das casas atingidas pela enchente devem usar botas e luvas para evitar o risco de contaminação por leptospirose.

As fortes chuvas que atingiram os municípios da região serrana do Rio nos dias 11 e 12 de janeiro provocaram enchentes e inúmeros deslizamentos de terra. Pelo menos 271 pessoas morreram nas cidades de Teresópolis, Petrópolis e Nova Friburgo. De acordo com a Secretaria de Meio Ambiente e a Defesa Civil, em 24 horas foram registrados 140 mm de chuva, volume esperado para todo o mês de janeiro na região.

Veja onde foram registradas as mortes:

Chuva deixou ruas de Teresópolis em meio a destroços
Chuva deixou ruas de Teresópolis em meio a destroços
Foto: Vladimir Platonow / Agência Brasil
Fonte: O Dia
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