RJ: greve da Receita prejudica atendimento em portos e aeroportos
A conferência de bagagens e mercadorias em portos e aeroportos do Rio de Janeiro, além do atendimento nos centros de Atendimento ao Contribuinte (CAC), em agências, em delegacias e nas demais unidades da Receita Federal do Brasil foram prejudicados nesta terça-feira por uma greve de 24 horas dos analistas tributários da instituição. A categoria reivindica reajuste salarial e melhores condições de trabalho.
Segundo Aderaldo Chaves, da Delegacia Sindical do Rio de Janeiro, quase 100% dos analistas tributários aderiram à paralisação. Foram mantidos apenas os serviços essenciais.
"Nós esperamos a abertura do diálogo com o governo federal sendo que, depois, se não ocorrer, nós vamos fazer assembleias para decidir se entraremos em paralisação total e indeterminada. Nós tentamos negociar no Ministério do Planejamento, mas não houve ainda nenhum avanço", disse.
O Sindicato Nacional dos Analistas Tributários da Receita Federal do Brasil (Sindireceita) informou, por meio de nota, que a ação marcou o quarto Dia Nacional de Luta pela Reestruturação Salarial. Segundo a entidade, o último acordo salarial ocorreu há quase quatro anos e, durante o período, não houve reajustes referentes ao índice de inflação.
A Receita Federal no Rio de Janeiro manifestou, por meio de sua assessoria de imprensa, não ter qualquer informação a respeito do movimento dos analistas tributários.
O movimento grevista
Iniciados em julho, os protestos e as paralisações de servidores de órgãos públicos federais aumentaram no mês de agosto. Pelo menos 25 categorias estão em greve, tendo o aumento salarial como uma das principais reinvindicações. De acordo com a Confederação Nacional dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), o movimento atinge 28 órgãos, com 370 mil servidores sem trabalhar. O número, no entanto, é contestado pelo governo.
Estão em greve servidores da Polícia Federal, Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), do Arquivo Nacional, da Receita Federal, dos ministérios da Saúde, do Planejamento, do Meio Ambiente e da Justiça, entre outros. O Sindicato Nacional dos Servidores das Agências Nacionais de Regulação (Sinagências) informou que dez agências reguladoras aderiram ao movimento.
O Ministério do Planejamento declarou que está analisando qual o "espaço orçamentário" para negociar com as categorias. O governo tem até o dia 31 de agosto para enviar o projeto de lei orçamentária ao Congresso Nacional. O texto deve conter a previsão de gastos para 2013.
No dia 25 de julho, a presidente Dilma Rousseff assinou decreto para permitir a continuidade dos serviços em áreas consideradas delicadas. O texto prevê que ministros que comandam setores em greve possam diminuir a burocracia para dar agilidade a alguns processos, além de fechar parcerias com Estados e municípios para substituir os funcionários parados.