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Rio: índios fazem manifestação contra privatização do Maracanã

16 mar 2013 - 16h33
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Os índios que ocupam a Aldeia Maracanã, ao lado do Estádio Jornalista Mário Filho, o Maracanã, fizeram neste sábado, ao lado de populares, uma manifestação contra a demolição do Estádio de Atletismo Célio de Barros, do Parque Aquático Júlio Delamare, da Escola Municipal Friedenreich e contra a privatização do Maracanã.

Foto: Reuters

A manifestação teve início na praça Saens Peña, na Tijuca, e seguiu em passeata até o Complexo Esportivo do Maracanã, provocando caos no trânsito do Rio de Janeiro.

O estádio do Maracanã está com leilão marcado para o dia 11 de abril, e o ato teve a finalidade forçar a aprovação do projeto de resolução da Assembleia Legislativa do Estado (Alerj) que propõe um plebiscito sobre o tema. No entorno do estádio será construído um shopping, a ser explorado pela iniciativa privada.

O advogado Arão da Providência, que defende os índios da Aldeia Maracanã, disse que o prazo de 72 horas dado pela Justiça Federal para que os índios desocupem o prédio do antigo Museu do Índio, no entorno do Maracanã, está condicionado ao governo do Estado apresentar uma proposta alternativa de espaço para o povo indígena. Segundo Arão, o governo quer oferecer um hotel para os índios na área central da cidade, para ficar aguardando a discussão de um possível outro local para montar o Centro Cultural Indígena.

"Então quem tem que negociar com os indígenas não é mais o Estado do Rio de Janeiro e sim a empresa vencedora da licitação. Na audiência pública foi apresentada a proposta de manter naquele espaço o projeto de cultura indígena, mas o governo está desrespeitando o próprio edital e está desrespeitando a audiência pública que aprovou o Centro Cultural Indígena no antigo Museu do Índio", disse.

Em nota, a Secretaria Estadual de Assistência Social e Direitos Humanos informou que esteve com os índios que ocupam o antigo Museu do Índio na tarde de sexta-feira, quando um oficial de Justiça entregou o documento de imissão de posse aos indígenas.

"A equipe da secretaria reforçou, mais uma vez, as propostas do governo do estado de criação de um centro de referência indígena, próximo à Quinta da Boa Vista e do Conselho Estadual Indígena, e garantiu que até que estas medidas sejam efetivadas, os índios terão à sua disposição um local provisório para hospedagem. Aqueles que não aceitarem ir para o mesmo local, receberão o benefício temporário do aluguel social e seus bens serão igualmente transportados. Importante salientar que neste momento a situação está sendo tratada pela Justiça Federal, que determinou o prazo de 72 horas para a saída espontânea do imóvel".

Já o presidente da Associação de Pais de Alunos da Escola Municipal Friedenreich, Carlos Sandes, instalada no Complexo do Maracanã há 48 anos, disse que a demolição da escola é um desrespeito aos alunos, entre eles os portadores de necessidades especiais, que representam pouco mais de 10% do número total de 350 alunos.

"A escola tem um trabalho específico (para esses alunos) e com acesso que não apresenta obstáculo para as crianças, tanto cadeirantes, autistas ou portadores da síndrome de Down. E o governo quer arrastar a escola Friedenreich para a Escola Municipal Orsina da Fonseca, distante do local e sem acessibilidade para os portadores de necessidades especiais", reclamou.

Agência Brasil Agência Brasil
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